Tudo o que queria saber sobre Hugh Hefner e os filmes

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A sua obsessão não é o sexo, é Hollywood. Hugh Hefner, 82 anos, patrão da "Playboy", o homem que passa os dias em pijamas de seda, é um romântico. "A verdade é que como nunca mostraram afecto por mim, escapei para um universo alternativo, aquele que vinha dos filmes. O amor para mim é exclusivamente o amor romântico tal como nos filmes da minha infância".

Este pedaço de confissão foi entregue ao "Washington Post", que foi à Mansão Playboy conversar com Hefner. É que tanto amor ao cinema tinha de ser retribuído: está em desenvolvimento um filme biográfico em que Hefner vai ser interpretado por Robert Downey Jr., produzido por Brian Grazer e realizado por Brett Ratner. Hefner, fã de Billy Wilder e Preston Sturges, quer que "seja algo mais do que uma comédia ligeira, tenha algo a dizer e expresse algo sobre a mudança de valores socio-sexuais. Brian [Grazer] disse que eu era o único homem que tinha feito amor com milhares de mulheres e que elas ainda gostavam dele. Orgulho-me de ter ficado amigo da maioria das minhas ex-mulheres e ex-namoradas. Sou um romântico".

E um cinéfilo. As projecções de filmes são uma tradição na mansão. As sextas-feiras são dedicadas aos novos filmes e os domingos aos clássicos. As prateleiras estão cheias de livros sobre Hollywood, história em que Hefner nunca se quis meter porque preferiu ficar a ver cinema. A excepção foi quando produziu o "MacBeth" de Polanski (1971), o primeiro do realizador depois do assassinato da mulher, Sharon Tate. O estado psicológico de Roman era errático, a companhia que segurara o filme pressionava para que o cineasta fosse despedido. "Eu disse-lhes: 'Polanski é a razão por que fazemos este filme', por isso desistimos da seguradora e fui eu a garantia do filme. É um filme falhado mas fascinante. Estava directamente ligado aos assassinatos [de Sharon Tate e amigos pelo bando de Charles Manson]. Houve um momento, na rodagem de uma cena de assassinato, em que ele se enganou e chamou à actriz 'Sharon.' Foi uma catarse. Só gostaria de ter produzido o filme que ele fez a seguir, 'Chinatown.'"

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