"Gangsters" escondidos em Bruges, numa espécie de recolhimento do mundo: parece o "Sonatina" de Takeshi Kitano. McDonaugh, menos lírico e mais redondo do que o japonês, não resiste a evidenciar a mecânica do seu próprio argumento, numa acumulação de coincidências e predeterminações (quando pensávamos que a personagem do anão se limitava a existir, eis que ele se revela só mais uma "peça") que vai bloqueando o filme - totalmente desequilibrado a partir da chegada da personagem de Ralph Fiennes, e com um final (que desaproveita as referências as Bosch no momento em que elas pediam para serem usadas de maneira, digamos, "visionária") bastante fracote. Por tudo isto, "Em Bruges" vê-se bem até ao quarto de hora final, e termina no preciso momento em que a irritação ameaça tomar conta do espectador.
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