Mas é esse o passe de magia que Eric Rohmer faz, ao pegar num dos episódios de um obscuro épico de Honoré d'Urfé para deles fazer um divertimento leve e subtil e ao transmutar a sua imagem de academismo bafiento em peróla preciosa de uma elegância muito francesa. Não estamos se calhar tão longe dos "Contos Morais" ou das "Comédias e Provérbios" que fizeram o nome de Rohmer - afinal, tudo gira à volta do desejo entre a impulsiva Astrea e o constante Celadon, e das confusões que esse desejo arranja; o que o cineasta faz, com uma modéstia desarmante, é transplantar o desejo e as confusões para um universo féerico de faz-de-conta medieval, iluminado pela luz solar da Natureza. É um dos mais belos filmes que vamos ver este ano.
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