Acidente que vitimou princesa Diana classificado de homicídio por negligência
O grupo de onze elementos, seis mulheres e cinco homens, considerou que a elevada taxa de alcoolemia do motorista do carro onde seguia Diana de Gales, Henri Paul, foi um factor decisivo para o acidente que ocorreu a 31 de Agosto de 1997 no túnel da Alma, em Paris, França. De acordo com o júri, o facto da princesa e de Dodi Al-Fayed não levarem cinto de segurança foram factores que também contribuíram para o desfecho trágico do embate.
Recorde-se que no passado dia 31 de Março a teoria da conspiração ficou totalmente afastada quando o juiz de instrução Scott Baker, responsável pelo processo, afirmou que não existiam quaisquer indícios que sustentassem a hipótese da princesa ter sido assassinada.
“Não há provas de que o duque de Edimburgo, marido da Rainha Isabel II, tenha ordenado a morte de Diana e não há provas de que os serviços secretos ou qualquer outro órgão do Governo a tenham programado”, explicou o juiz, citado pela Reuters, antes de iniciar a leitura do resumo do inquérito, aberto a 2 de Outubro de 2007, no Tribunal de Londres, e no qual foram ouvidas mais de 250 testemunhas.
Pai de Dodi culpa Coroa britânicaA tese de conspiração foi oficialmente apresentada pelo pai de Dodi Al Fayed, Mohamed Al Fayed, que garantiu que o príncipe Filipe era culpado pela morte de Diana e do seu namorado. De acordo com o milionário, dono dos armazéns londrinos Harrods, o seu filho ia anunciar em breve o casamento com Diana e esta esperava um bebé seu – dois factores “inconvenientes” para a Coroa britânica, segundo o muçulmano, e motivos suficientes para os assassinarem.
A investigação no Reino Unido só começou dez anos depois do acidente, pois foi necessário aguardar que o processo judicial terminasse em França, país onde ocorreram os factos. À investigação francesa seguiu-se a da polícia britânica. Ambas concluíram que a morte de Diana e do seu companheiro, a 31 de Agosto de 1997 no túnel de Alma, em Paris, se deveu a uma combinação de dois factores: Henri Paul, motorista do Mercedes onde seguia o casal e que também acabou por morrer, conduzia com excesso de velocidade e sob efeito de álcool.
O júri do caso – que em apenas seis meses já custou 3,64 milhões de euros – teve avaliar e escolher uma das cinco hipóteses avançadas pelo juiz responsável pelo caso: simples acidente, acidente por culpa da condução negligente dos dois veículos envolvidos, por culpa do motorista do Mercedes, por culpa do Fiat Uno onde seguiam os paparazzi ou caso inconclusivo – se os elementos considerassem que não dispunham de dados suficientes para decidir por unanimidade. No entanto, o inquérito visa determinar apenas as circunstâncias da morte, pelo que não houve nem acusados nem condenação.