Indonésia assinala três anos do tsunami com orações

Foto
Pelo menos 230 mil pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas Adrees Latif/PÚBLICO (arquivo)

A 26 de Dezembro de 2004 ondas gigantes, provocadas por um poderoso sismo, devastaram diversas zonas costeiras da Indonésia, mataram e deixaram pelo menos 230 mil pessoas desaparecidas em doze países, entre eles o Sri Lanka, a Índia e a Tailândia.

Aceh, no extremo Norte da ilha de Sumatra, foi das zonas mais afectadas, com cerca de 170 mil mortos ou desaparecidos e prejuízos materiais avaliados em milhões de euros.

“Rezamos pelas vítimas e esperamos que Deus aceite as suas boas acções” disse Kamal Usman, um sobrevivente em Calang, em Aceh ocidental, onde centenas de pessoas rezaram em conjunto numa cerimónia que assinalou os três anos da tragédia.

Em muitos outros locais da Indonésia, milhares de funcionários fabris e de aldeões subiram aos locais mais altos do país e tocaram sirenes em memória dos entes queridos.

Em Ciwandan, costa noroeste de Java, o presidente Susilo Bambang Yudhoyono assistiu à apresentação de uma nova tecnologia de detecção e alerta de tsunamis. Diversas equipas de segurança testaram, ainda, um plano de emergência numa fábrica de químicos, caso ocorresse um sismo com magnitude de 8,5 na escala de Richter.

“Esperamos que com este ensaio as pessoas comecem a aperceber-se que vivem numa zona propensa a tsunamis e que saibam como reagir em caso de emergência”, explicou Ami Pramitasari, do ministério da tecnologia.

Depois do tsunami, vários países no Oceano Índico têm vindo a instalar dispendiosos sistemas de alerta para este tipo de fenómenos e têm, também, feito simulacros de casos de tragédia.

Até ao momento mais de 100 mil casas foram reconstruídas em Aceh e prevê-se qie pelo menos outras 20 mil fiquem concluídas em Junho de 2008.

Apesar de todas as dificuldades que trouxe, o tsunami ajudar a resolver o conflito de três décadas que se arrastava entre o Governo e o movimento separatista “Free Aceh Movement”, no qual morreram 15 mil pessoas. Oito meses depois da tragédia, os dois partidos assinaram um acordo de paz.