A elevada tensão arterial é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal e, segundo o Estudo da Prevalência, Tratamento e Controlo da Hipertensão, afecta 42,1 por cento dos portugueses, mas apenas onze por cento se submete a controlos periódicos.

O estudo mostra também que a incidência é mais elevada nos homens (49,5 por cento) do que nas mulheres (38,9 por cento), verificando-se uma tendência para um aumento da hipertensão com a idade.

Se não for controlada, a hipertensão arterial - actualmente uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal -, pode provocar acidentes vasculares cerebrais (AVC), enfartes do miocárdio, morte súbita e insuficiência renal.

Uma das justificações para esta realidade é a falta de consciência e conhecimento que a população em geral tem sobre o factor de risco, que o professor Manuel Carrageta, presidente da FPC, denomina de "assassínio silencioso", pois pode ficar incógnito durante vários anos. "Portugal é o país europeu com maior incidência de AVC e o único em que estes são uma das principais causas de morte", lembra o responsável da FPC, alertando para o facto do controlo da tensão arterial ter benefícios a vários níveis.

"O controlo da tensão reduz para metade do risco de insuficiência cardíaca, diminui em cerca de 40 por cento a hipótese de um AVC e em 25 por cento o risco de ataques cardíacos", refere Manuel Carrageta.

A adopção de um regime alimentar saudável, a redução da ingestão de sal e de alimentos ricos em sódio e alterações do estilo de vida, podem contribuir para a diminuição dos valores da tensão arterial, reduzindo significativamente o risco de se desenvolverem e/ou agravarem as patologias do foro cardiovascular.

A inédita acção de rastreio pretende alertar os portugueses para o problema da hipertensão arterial e vai funcionar gratuitamente numa tenda gigante, na Praça da Figueira, em Lisboa, das 10 às 19 horas, onde serão colocados dez postos de medição da tensão arterial e três de aconselhamento nutricional.