Jerónimo de Sousa promete lutar contra "executivos municipais homogéneos"

Foto
Para Jerónimo de Sousa, o eventual fim das eleições directas para as autarquias é mais um motivo para a CDU se reforçar Estela Silva/Lusa

"O fim da eleição directa das câmaras municipais, como pretendem PS e PSD, consagrando em definitivo a lógica da partidarização do poder local, só pode ter a nossa firme recusa e combate", afirmou Jerónimo de Sousa em Gaia, na apresentação das cabeças de lista da CDU à câmara local, Ilda Figueiredo, e à Assembleia Municipal, Filomena Tavares, nas próximas eleições autárquicas.

Para o secretário-geral do PCP, a possibilidade de os executivos homogéneos se concretizarem através da alteração da lei é "profundamente empobrecedora da própria democracia", levando à "liquidação do pluralismo e ao aumento da possibilidade de corrupção e compadrio".

Enaltecendo a "pluralidade" do poder local, Jerónimo de Sousa afirmou que "o trabalho em minoria não deixa de ser menos valioso do que o trabalho em maioria".

Para o comunista, este eventual fim das eleições directas para as autarquias é mais um motivo para a CDU se reforçar nas próximas autárquicas em todo o país. "Somos uma força com uma postura e uma intervenção que recusa o poder absoluto, a estrita lógica do combate político do poder pelo poder, acima dos problemas, anseios e aspirações das pessoas", disse.

Referiu ainda que a CDU é uma força que se distancia, combate e denuncia a pretensão do PS e da direita de subversão de características essenciais do poder local.

"Vamos para estas eleições com a confiança de quem provou ser capaz de se assumir, mesmo em minoria, como uma voz indispensável na defesa dos interesses das populações, que deu corpo a causas e aspirações locais e assegurou uma presença critica, exigente e construtiva para garantir a defesa dos interesses das populações", afirmou o secretário-geral, referindo-se à candidata Ilda Figueiredo.

Ilda Figueiredo, deputada no Parlamento Europeu, definiu como principal objectivo conseguir eleger de novo um vereador em Gaia e reforçar o número de deputados municipais. A deputada foi vereadora da Câmara de Gaia durante sete anos, na década de 1980, tendo sido responsável pelo pelouro do Ambiente e Jardins.

Ilda Figueiredo disse que o "objectivo central é voltar à Câmara de Gaia, pelo menos com um vereador, mas que a CDU "tem todas as condições para ter a presidência" da autarquia. "Uma gestão transparente e mais participada", que dê resposta aos anseios da população de cada freguesia, é o que propõe a comunista.

Ilda Figueiredo acusou o actual executivo de maioria PSD/CDS-PP, liderado por Luís Filipe Menezes, de criar "projectos megalómanos que privilegiam a especulação imobiliária" no concelho. "Queremos uma reabilitação urbana que tenha em conta as pessoas, queremos dar maior atenção ao rico património de Gaia", sustentou a candidata, que, se for eleita, pretende acumular o cargo com o de deputada do Parlamento Europeu.