A Petrocer, que assinou hoje o contrato-promessa para adquirir 40,79 por cento da Galp Energia, terá 20 dias, depois do encerramento do eventual negócio com a Shell em Espanha, para dizer se continua interessada em entrar no capital da petrolífera portuguesa.

Segundo o ministro, o futuro principal accionista da Galp "não poderá interferir" nas negociações. Terão, contudo, "direito de dizer se é ou não do seu interesse manter a proposta" de compra da Galp, face aos termos de um eventual acordo de compra entre a administração da petrolífera e a Shell.

Àlvaro Barreto disse hoje que a aquisição da rede de 320 postos de abastecimento da Shell em Espanha é uma "questão" que o Estado, actual maior accionista da petrolífera, considera "estratégica" para o futuro da Galp. Disse, também, que a empresa vai enfrentar uma "fortíssima concorrência" na concretização do negócio.

O presidente do conselho de administração da Galp Energia, Joaquim Ferreira do Amaral, referiu que a Shell tem como objectivo concluir este negócio até ao final deste mês.

O ministro Álvaro Barreto confirmou, também, que foi alterada uma cláusula do acordo entre a Parpública e a Petrocer para sublinhar o interesse estratégico da compra da rede de postos da Shell em Espanha.

Segundo o membro do Governo, o novo clausulado dá "mais ênfase" à importância do negócio, uma "prioridade conjunta assumida" pelos accionistas da empresa.

Artur Santos Silva, presidente do conselho de administração do BPI, accionista da Petrocer, prometeu "forte empenhamento" na estratégia de crescimento da Galp para Espanha, que visa obtenção de uma quota entre 12 por cento e 15 por cento do mercado ibérico a médio prazo.

À saída da assinatura do acordo, o presidente da Petrocer, Ferreira de Oliveira, salientou que "o futuro da Galp não pode estar dependente da compra da rede da Shell" em Espanha.