Paraguai: número de mortos sobe para 340

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O proprietário do centro comercial já foi inculpado por homicídio voluntário Martin Crespo/EPA

"Continuamos a recuperar corpos na zona dos restaurantes, talho e depósitos. Serão provavelmente funcionários do centro. Existem pelo menos 340 mortos no local", indicou o comissário Santiago Velazco, porta-voz da polícia paraguaia.

As autoridades admitem que o número de mortos poderá vir a aumentar nas próximas horas. Alguns corpos foram já identificados e entregues às famílias, mas as autoridades continuam sem saber a identidade da maioria das vítimas mortais, que estão a ser transportadas para instalações do comando do Exército paraguaio, próximo do centro comercial, o Ycua Bolanos.

O incêndio começou ontem às 11h30 locais (14h30 em Portugal), quando entre 500 e 700 pessoas faziam as suas compras e almoçavam no centro comercial. O fogo - que teve origem na explosão acidental de uma botija de gás - propagou-se rapidamente a todo o edifício.

De acordo com algumas testemunhas ouvidas pela polícia, o proprietário do complexo comercial, Juan Pio Paiva, e o seu filho Daniel Paiva, o gerente do espaço, terão ordenado o encerramento das portas do edifício, para evitar que as pessoas saíssem sem pagar, o que poderá explicar o número elevado de mortos.

Porém, apesar das acusações levantadas e do juiz responsável pelo inquérito ao incêndio, Edgar Sanchez, ter inculpado por homicídio voluntário Juan Pio Paiva, este nega que tenha ordenado o encerramento do centro. "Não me considero absolutamente culpado", disse o proprietário do Ycua Bolanos ao canal de televisão Canal 13, questionado nas instalações da polícia judiciária paraguaia, onde se encontra detido, bem como o seu filho.

Ainda segundo Paiva, que confirma ter sido informado pelos seus funcionários que um incêndio tinha deflagrado na cozinha de um dos restaurantes, o número elevado de vítimas explica-se pelo "fumo negro e pela rapidez com que o fogo se propagou no centro".

"Lamento muito o que se passou", continuou Paiva, afirmando "partilhar" a dor dos familiares das vítimas e deplorando não "ter conseguido resolver o problema".

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