Luísa Amaro: Carlos Paredes morreu com "a tranquilidade de missão cumprida"

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Carlos Paredes Lusa

Pai de seis filhos, Carlos Paredes sofria de uma doença degenerativa que o deixou acamado durante 11 anos, acabando por morrer às 05h45 de hoje, dois dias depois de um dos seus rins ter deixado de funcionar.

"Chegou ao ponto em que o organismo não podia dar mais. Anteontem, um dos rins deixou de funcionar", contou a companheira de Paredes, que desde 1983 o acompanhou à guitarra clássica.

"Portugal teve no Carlos Paredes a genialidade, sensibilidade, poder de composição, uma belíssima técnica, e interpretação. Ele cumpriu os pontos que tinha a cumprir nesta passagem pela terra", considerou Luísa Amaro.

Era um homem "muito bom e muito simples", que deu uma contribuição muito importante para a cultura portuguesa, disse Luísa Amaro, considerando que quem ouve a música de Carlos Paredes reconhece-a de imediato.

Há dez anos que deixou de produzir obra, mas ao longo deste período a sua música ajudou a caminhar para a frente a nova geração de músicos, que lhe dedicou muita coisa, disse ainda Luísa Amaro.

Lutador pela liberdade e pela democracia, o génio da música portuguesa foi preso pela PIDE, que o manteve enclausurado durante dois anos.

O corpo de Carlos Paredes estará em câmara ardente na Basílica da Estrela, desconhecendo-se para já a hora e o local do enterro.