Powell, que mediou pessoalmente o conflito, referiu-se a Perejil como "esta pequena e estúpida ilha da qual tive que me ocupar há ano e meio". "Nem sequer é uma ilha, é um penhasco", acrescentou.

O porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, apressou-se a depurar as palavras de Powell e assegurou que, apesar de a ilha ser realmente pequena, "a disputa entre os dois países foi levada muito a sério".

"É evidente que não era uma pequena e estúpida ilha porque era uma questão de primeiro plano para dois aliados [dos Estados Unidos] muito importantes", assegurou Boucher.

A crise da ilha de Perejil - ou Leila, como lhe chamam os marroquinos - teve início no dia 11 de Julho de 2002, quando Marrocos enviou uma dezena de soldados para a ilhota situada a uns 200 metros da sua costa atlântica.

Espanha interveio militarmente, a fim de retirar os militares da ilha, considerando que a actuação marroquina tinha quebrado o "status quo" da ilhota, segundo o qual nenhuma força poderia estar em Perejil.

Powell contou à "GQ" que dedicou dois dias, sem fazer mais nada, "a trabalhar neste problema do penhasco". O chefe do Departamento de Estado considerou ainda que "a imprensa praticamente não falou" desta crise que "realmente não era apaixonante, mas a diplomacia é isso mesmo", explicou.