Neurocientista Fernando Lopes da Silva vence Prémio Universidade de Coimbra
Ao justificar a atribuição do galardão ao professor jubilado da Universidade de Amesterdão, o reitor da Universidade de Coimbra e presidente do júri, Fernando Seabra Santos, salientou que Fernando Lopes da Silva é "um dos mais eminentes neurocientistas da actualidade".
O júri salienta ainda que o catedrático Lopes da Silva desenvolveu na Holanda "uma carreira brilhante, como cientista, professor, líder de vários serviços de ensino e investigação e cidadão activo civicamente".
O seu nome foi escolhido entre um "número significativo" de candidatos ao prémio, disse o reitor da UC, explicando que o júri decidiu não divulgar mais pormenores relacionados com os trabalhos que antecederam a decisão final.
Fernando Lopes da Silva é vice-presidente da International Physicians for the Prevention of Nuclear War, associação de médicos e cientistas de diferentes países galardoada com o prémio Nobel da Paz, em 1985, pelo seu trabalho para a prevenção da guerra nuclear.
Ao longo dos seus 45 anos de carreira em Portugal, Inglaterra e Holanda, Lopes da Silva manteve-se "ligado a Portugal, à sua cultura e instituições, que tem servido em variadíssimas ocasiões", segundo o júri.
Depois de ter trabalhado como investigador e docente nas universidades holandesas de Utrecht, Twente e Amesterdão (onde se jubilou, em 2000), Fernando Lopes da Silva foi director do Instituto de Neurobiologia da Universidade de Amesterdão, entre 1993 e 2000, e assumiu em 2003 as funções de presidente do Scientific Supervisory Council do Center for Neurogenomics and Cognitive Research, na Vrije Universiteit de Amesterdão.
Em Portugal exerce a docência no Instituto Abel Salazar da Universidade do Porto, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Instituto Superior Técnico de Lisboa (como coordenador da licenciatura em engenharia biomédica).
O prémio, no valor de 25 mil euros, é atribuído ao abrigo de um protocolo anunciado em Dezembro passado entre a Universidade de Coimbra e o grupo bancário Totta.
O galardão destina-se a distinguir "uma pessoa de nacionalidade portuguesa que se tenha destacado por uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência".
O prémio será entregue no dia 1 de Março, no âmbito das comemorações do 714º aniversário da Universidade de Coimbra.