Para Francesco Vendrell, "mais alguns milhares de soldados no seio da Isaf farão toda a diferença" para ajudar a garantir a segurança no Afeganistão.

O responsável europeu, que falava aos jornalistas após uma reunião sobre a situação naquele país com os embaixadores do Comité Político e de Segurança da União Europeia e o alto representante europeu para a Polícia Externa, Javier Solana, sublinhou a sua preferência pelo "alargamento do papel da Isaf", por exemplo, através do destacamento de equipas móveis para as zonas circundantes a Cabul, mas apenas temporariamente.

A Isaf, que é comandada desde Agosto pela NATO mas que se encontra sob o mandato da ONU, conta com pelo menos 5300 elementos encarregados de ajudar as autoridades afegãs a manter a segurança em Cabul e periferia.

Francesco Vendrell sublinha que a principal preocupação que se vive no Afeganistão é ao nível da segurança, situação que o responsável europeu atribuiu ao regresso dos taliban e ao facto de o poder central não ter capacidade para controlar grande parte do país, entregue aos "senhores da guerra".

O possível alargamento do mandato da Isaf, defendido pelos Estados Unidos e pela Alemanha, mas que recebe uma reacção cautelosa por parte de outros países, está a ser analisado pela NATO, que poderá convocar os seus militares para examinarem as várias opções possíveis para o Afeganistão.

Toda a decisão relativa à extensão do mandato da força internacional depende do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na próxima segunda-feira, o Afeganistão deverá fazer-se representar em Bruxelas numa reunião conjunta entre representantes permanentes do Comité Político e de Segurança da União Europeia e os seus homólogos da NATO.

Há cerca de uma semana, o secretário norte-americano da Defesa, Donald Rumsfeld, que se encontrava numa curta visita oficial ao Afeganistão, tinha já defendido a extensão do mandato da Isaf.

"O Presidente [afegão Hamid] Karzai e outros responsáveis têm colocado, por várias vezes, a questão (...) e estou certo de que [a extensão do mandato da Isaf] vai ser uma coisa positiva", afirmou o responsável norte-americano, em Cabul.

Rumsfeld salientou ainda que "a segurança no Afeganistão é da responsabilidade do povo afegão", argumentando que "a presença de tropas estrangeiras é útil durante algum tempo, mas não é natural".

Por seu lado, Karzai lembrou os receios sentidos "pelo aumento das actividades dos taliban na fronteira com o Paquistão".