"Punch, Drunk Love" também é um filme experimental. Não é uma obra coral como "Boogie Nights" ou "Magnólia", anteriores filmes de PT Anderson, que tinham tempo suficiente para espraiar o seu sinfonismo. É um filme curto - para as habituais ambições de Anderson: hora e meia -, centrado na história de um homem e da mulher que um dia lhe aparece na garagem (Emily Watson, sem dom dos céus e sem morrer no final). Ninguém canta, e a música é diferente do "disco" de "Boogie Nights" ou das baladas de Aimée Mann, de "Magnólia". É mais "sound design" do que banda sonora, à base de percussão e piano. É agressivo, crispado, como tudo o que se passa na relação imagem/som deste filme. O realizador não deixa que um plano passe sem um acontecimento - um acidente, a passagem de um automóvel, a pulsão violenta da personagem ou até o encadeamento provocado pelas zonas de sombra e de luz - se intrometer na relação confortável do espectador com o ecrã. É também assim que o mundo agride Barry Egan.
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