Condenado por violação, o campeão mundial de boxe de pesos pesados (Rhames, numa óbvia alusão a Mike Tyson) vai parar à prisão de Sweetwater, onde reina um outro campeão (Snipes), que em 10 anos de combates com reclusos de outras prisões nunca foi derrotado. O combate entre os dois é inevitável e vai ser arranjado por um veterano mafioso (Peter Falk a fazer de Peter Falk, cabotino e delicioso). É o regresso de Walter Hill, filho espiritual de Sam Peckinpah e um dos autores mais originais do cinema americano dos anos 70 e 80 ("Os Selvagens da Noite" e "Estrada de Fogo" são bons exemplos), com um filme menor, mas que não deixa de ter o seu charme: directo, económico e eficiente, com os habituais protagonistas dos filmes de Hill - rudes, graníticos e laconicamente caracterizados. Acaba por ser um divertimento despretensiso, exemplo possível de um cinema másculo e viril que já não existe (o "guys movie" de Aldrich e Siegel). Além disso, tem um combate final (de 15 minutos!) superiormente filmado, rejeitando os "clichés" do filme de boxe.
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