É um "thriller", relativamente estereotipado, sobre uma caçada a um "serial killer". O argumento, contudo, parecia ter uma ideia: a investigação, conduzida no terreno por uma agente inexperiente (Angelina Jolie), é supervisionada à distância por um detective famoso (Denzel Washington), que se encontra quase completamente paralizado e dirige os procedimentos a partir da sua cama, apoiado num sofisticado arsenal tecnológico.
Infelizmente, Noyce entusiasma-se é com os esteréotipos da história (cruzamento entre "O Silêncio dos Inocentes" e "Seven", com cada novo crime a ser ao mesmo tempo uma instalação "temática" e um "puzzle") e desbarata por completo as hipóteses abertas pela paralisia de Washington: o ponto de vista alterna aleatoriamente entre as duas personagens, tornando irrelevante esse dado, e impedindo "O Coleccionador de Ossos" de funcionar como devia funcionar - ou seja, como uma espécie de "peça radiofónica" onde só víssemos, e sobretudo ouvíssemos, o mesmo que Washington. Mas também, já estamos habituados a que Noyce ("Calma de Morte"; "Sliver") estrague todos os bons argumentos em que toca.
