É um compêndio do cinema de Tim Burton - plasticamente assombroso - mas está longe de ser o cume da arte de Tim Burton. A esquizofrenia das torturadas personagens de "Eduardo Mãos de Tesoura" e de "Batman Returns", a desordem anárquica dos filmes do cineasta - responsáveis por um ritmo e um "tempo" sui-generis, quase sonâmbulo - foram substituídas em "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" por um ordenado maquinismo de sinais. É eficaz e pragmático, mas é de leitura mais simplista, menos turbulenta. Burton sempre trabalhou a partir das matrizes do conto gótico mas, ao contrário do que acontece neste filme, sempre o fez de uma forma que resistia à estabilização ou fixação de um género - foi isso que tornou inclassificável, e frágil, a sua posição no contexto da indústria americana. Dito isto, "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" é das propostas irrecusáveis dos ecrãs nacionais.
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