Inútil discutir qual dos dois filmes sobre a famosa série de televisão é melhor. Trata-se de dois objectos incomparáveis, abertos a subjectividades pessoais e a gostos (ou embirrações) por universos particulares. A assinatura desta sequela não deixa lugar para dúvidas: John Woo autocita-se, repete em outro registo o brilhantismo de "Face Off", homenageia De Palma e arrisca um filme quase abstracto, marcado ao ritmo de um flamenco maníaco e obsessivo. Pode não se gostar de algumas soluções vertiginosas de trabalho de câmara, que se aproximam da magia pirotécnica. Não se pode negar-lhe um olhar absolutamente original e a capacidade rara para aguentar um ritmo diabólico para além dos limites do possível. Não será o John Woo negro e perturbador dos filmes de Hong Kong, mas mantém-se um génio da imagem e do "timing" cinematográfico.
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