Quase 40 mil pessoas juntaram-se em Paris para protestar contra Macron

As ruas de Paris enchem-se de carros alegóricos, piqueniques e música. Tudo para protestar contra o primeiro ano de presidência de Emmanuel Macron.

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Cartaz na manifestação anti-Macron Charles Platiau/REUTERS
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Marioneta gigante de Macron YOAN VALAT/EPA

Traga o seu protesto e junte-se à festa era a proposta. No final, cerca de 40 mil pessoas aderiram e juntaram-se em Paris numa acção promovida pela esquerda francesa, intitulada “fazer a festa a Macron” (faire la fête à Macron), antes de Emmanuel Macron celebrar o primeiro ano como Presidente (na segunda-feira).

A contagem é da responsabilidade do jornal Le Monde e outros órgãos de comunicação social, independente da feita pela polícia e pela organização - ligada à França e Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon e o movimento Generation.s, de Benoît Hamon. A organização reivindicou a participação de 160 mil manifestantes inicialmente, corrigiu depois para 100 mil, e disputou imediatamente este número.

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Um Macron-Napoleão, em desfile na manifestação Charles Platiau/REUTERS

Depois dos distúrbios que marcaram as celebrações do 1 de Maio, o ambiente foi de festa e algo carnavalesco, com carros alegóricos e música nas ruas de Paris. Havia o Carro Júpiter, o Carro Drácula, o Carro Napoleão, com figuras alegóricas em torno da máscara de Macron, e finalmente o Carro Resistência, onde os manifestantes podiam expor as suas reivindicações.

A maioria dos manifestantes reunira-se à frente da Ópera Nacional de Paris. “Não ao golpe ao Estado social”, “pelo planeamento ecológico” ou “por uma VI República”, são alguns dos slogans mais ouvidos

Mas alguns manifestantes aproveitam a ocasião para demonstrações de solidariedade aos cerca de 300 detidos no 1º de Maio. E houve também alguns episódios de violência, como um carro de uma rádio francesa vandalizado. Oito pessoas foram detidas e há um ferido, diz o jornal Le Figaro.

Cerca de 3000 polícias tinham sido destacados só em Paris.

O rol de críticas à governação de Macron é extenso, e todas eram convidadas para esta manifestação. Vão desde a política fiscal às alterações ao Código do Trabalho e às medidas impostas em algumas empresas públicas, tais como a reforma dos caminhos-de-ferro (SNCF).

Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, fez um discurso onde afirmou que o “Presidente está tenso, pouco seguro de si mesmo, entrando num mau período em que o movimento social e os negócios se encontram”, numa referência a notícias que dão conta de algumas dúvidas sobre o financiamento da campanha de Macron, com alegações de que a recolha de fundos terá começado quando o agora Presidente desempenhava ainda o cargo de ministro da Economia.

“Está a chegar um novo ciclo de mobilização”, disse ainda Mélenchon.

Esta “festa” por Macron estendeu-se a outras cidades do país, com cerca de 1500 pessoas a saírem à rua em Toulose, segundo números da polícia, ou 500 outras em Bordéus.

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