Depois da alimentação, a tendência vegan – sem ingredientes de origem animal – chegou aos cosméticos. A moda está para ficar assim como os produtos cruelty-free, que não são testados em animais, também estão em destaque até segunda-feira, na Expocosmética, na Exponor, em Matosinhos, cuja organização espera que ultrapasse os 48 mil visitantes do ano passado.
Para Amélia Monteiro, directora da feira, os consumidores estão cada vez mais exigentes e procuram “produtos biológicos e naturais, amigos do ambiente. E que não usem ou sejam testados em animais”. Muitas pessoas preferem-nos porque “não têm químicos”, logo, não são tóxicos, não têm fragrâncias irritantes, parabenos e outros conservantes, continua, reconhecendo que existe mais consciência da evolução dos testes laboratoriais.
Os consumidores procuram empresas que “tenham responsabilidade social”, elucida Sílvia Martins, sócia-gerente da SKPRO, de Vila Nova de Gaia, que leva à feira a marca italiana de maquilhagem PaolaP, livre de parabenos e cruelty free. “Os ingredientes utilizados nos produtos são naturais”, realça a empresária que vai lançar na feira a colecção de Primavera da marca italiana. “É inspirada na natureza, nas flores, para realçar a beleza das mulheres”, anuncia. E tem novas cores, muito centradas nos tons rosa e mude.
Esta tendência vegan e cruelty-free é transversal à maquilhagem, cabelo e até aos cuidados dos pés. São várias as soluções disponíveis nos corredores da feira que este ano tem como mote “acredito no poder do amor”. E onde é recriado um espaço mais romântico decorado com bicicletas vintage e flores, onde estão marcas como as portuguesas Couto e a Antiga Barbearia de Bairro.
Felicidade e app
A organização do evento espera mais visitantes do que em 2017. Por isso, o melhor é ir cedo pois há filas para quase tudo, desde comprar produtos a preços baixos a experimentar as novidades. Na feira, o consumidor vai poder encontrar, por exemplo, produtos capilares produzidos apenas com matérias-primas naturais, sem parabenos, parafinas, álcool, silicones ou corantes. São da marca portuguesa Real Natura e “nenhum deles é testado em animais”. A marca é especializada em embalagens 100% recicláveis e de maior dimensão para evitar o desperdício.
Mas se procura produtos vegan e cruelty-free para mudar a cor do cabelo existe a gama de coloração em 28 tons para o cabelo da Herman’s Amazing, marca distribuída pela Leemantrade. Se a prioridade são os pés, encontra a marca Gehwol Fusskraft que a empresa portuguesa Cosmake representa. Com produtos à base de óleos essenciais naturais, como, lavanda e óleo de pinho.
Mas na Exponor vão estar expostas outras tendências, como a inspirada na hygge, a palavra dinamarquesa que designa a "felicidade" e que inspirou o conceito de Hoo-gah – “é um conceito dinamarquês, associado a um estilo de vida que engloba a satisfação e o bem-estar através das coisas simples da vida. É uma filosofia que associa o conceito de higiene e de liberdade, promove um estilo de vida saudável criado para trazer paz, bem-estar, equilíbrio e harmonia”, refere a organização. A empresa Pluricosmética tem produtos ligados a esta tendência como a manteiga corporal da linha Sauna & Spa da Natura Siberica, feita à base de ginseng da Sibéria, por exemplo.
As novas tecnologias também começam a surgir associadas aos cosméticos. Por exemplo, há uma app que permite ter um efeito lifting no rosto com um tratamento semanal de dez minutos. É a primeira máscara facial activada por smartphone que é lançada na Expocosmética. Basta descarregar a aplicação Play Skin no telemóvel e ter o kit que inclui: cinco máscaras descartáveis, uma para cada semana, igual número de pares de elétrodos descartáveis, mais cinco discos, um cabo de conexão e um creme regenerador.
O produto foi desenvolvido pela Depilemotion, empresa do Grupo Slyou. “As micro-correntes fazem a recuperação da tonicidade da pele e dos músculos faciais. O que resulta num efeito lifting e a pele também fica mais oxigenada e hidratada”, explica Joana Vila Pouca, da Depilemotion. “Atenua bastante as rugas de expressão na zona da boca e dos olhos.” Indicado a partir dos 32 anos. Antigamente eram pessoas mais velhas a procurar os tratamentos de rejuvenescimento da pele, “agora não. São cada vez mais novas por causa da poluição, do stress, dos químicos dos produtos de maquilhagem”, revela.
Aumentar a auto-estima
E por falar em felicidade, Amélia Monteiro remete para um estudo internacional que conclui que 71% dos consumidores consideram os cosméticos e produtos para cuidados pessoais “importantes ou muito importantes” nas suas vidas diárias. “A sua percepção positiva estende-se através de uma variedade de produtos – desde cuidados com a pele, cabelos e orais até protectores solares e outros produtos cosméticos e de cuidados pessoais”, descreve a directora da feira.
No mesmo estudo, refere, “80% dos consumidores identificaram cosméticos e produtos de cuidados pessoais como 'importantes ou muito importantes' para aumentar a auto-estima”. E 72% dos consumidores afirmam que os cosméticos e os produtos de higiene pessoal que utilizam melhoram sua qualidade de vida.