Há um ano, Marcelo queria mais crescimento económico

“2017 tem de ser o ano da gestão a prazo, e da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado”, disse o Presidente na mensagem de Ano Novo.

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Em 2017, mensagem foi emitida a partir de Belém Miguel Manso

Este ano, a mensagem de Ano Novo do Presidente da República era para ter sido feita em directo a partir de Vouzela, depois de um dia passado entre as populações afectadas pelos incêndios de Outubro, mas uma operação a uma hérnia umbilical, dias antes do final do ano, impediu que Marcelo Rebelo de Sousa mantivesse o figurino acertado há meses.

Assim, a mensagem de 2018 será lida a partir da sua própria casa, em Cascais, e em directo às 20 horas. Há um ano, o Presidente falou durante pouco menos de oito minutos, na abertura dos telejornais, tendo como cenário o Palácio de Belém.

O discurso, esse, dividiu-o em duas partes: primeiro fez o balanço de 2016, um ano que disse ser “o da gestão do imediato”, e depois deixou claras as suas expectativas para 2017, o ano “da gestão a prazo”.

2016 em balanço

Ao falar aos portugueses, Marcelo não esqueceu os sucessos do ano anterior. Nem os políticos, nem os económico-financeiros, nem sequer outros mais laterais, como a vitória no Europeu de futebol ou a Web Summit.

“É indesmentível que tivemos estabilidade social e política, que alcançámos um acordo sobre salário mínimo, que os dois Orçamentos do Estado mereceram a aceitação da União Europeia, que cumprimos as nossas obrigações internacionais, que trabalhámos para reforçar o sistema bancário, que compensámos alguns dos mais atingidos pela crise, e que houve, da parte dos mais responsáveis, uma proximidade em relação às pessoas, ao cidadão comum, partilhando os seus sonhos e anseios, as suas angústias e desilusões”, disse o Presidente.

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Nuvem de palavras do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, a 1 de Janeiro de 2017

Para Marcelo, em 2016 foram dados “passos – pequenos que sejam – para corrigir injustiças” e foi criado “um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espectro de crise política iminente, do fracasso financeiro, da instabilidade social que, para muitos, era inevitável.”

Apesar de o balanço final feito pelo chefe de Estado ter sido positivo, o crescimento da economia foi “tardio e insuficiente”, classificou Marcelo. Exemplos: “Alguns domínios sociais sofreram com os cortes financeiros. A dívida pública permanece muito elevada. O sistema de justiça continua lento e, por isso, pouco justo, a começar na garantia da transparência da política”.

2017 em perspectiva

No discurso de há um ano, ao mesmo tempo que desfiada a lista do que havia sido cumprido e do que ficara por cumprir em 2016, o Presidente da República ia dando conta das suas expectativas para 2017. “À luz destes princípios, o caminho para 2017 é muito simples: não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado”.

Na realidade, Marcelo sublinhava que era preciso manter a estabilidade política e social e o rigor financeiro e não perder a proximidade entre poder e povo. “Mas, ao mesmo tempo, completar a consolidação do sistema bancário, fomentar exportações, incentivar investimento, crescer muito mais, melhorar os sistemas sociais, mobilizar para o combate à pobreza, sobretudo infantil, e curar de uma Justiça que possa ser mais rápida e, por isso, mais justa”.

Numa frase: “2017 tem de ser o ano da gestão a prazo, e da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado”.

Em anos anteriores, outros Presidentes haviam apelado, nas suas mensagens de Ano Novo, a consensos em áreas como a justiça, a segurança social ou a saúde.

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