PS apoia Abel Baptista em Ponte de Lima para tirar presidência ao CDS

Líder da concelhia limiana do PS olha para a Câmara do Porto e diz que o partido “não desapareceu como apoio que deu a Rui Moreira”.

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PBC PEDRO CUNHA

A Câmara de Ponte de Lima, um bastião do CDS, pode mudar de mãos pela primeira vez nas eleições locais de 1 de Outubro.

Tal como no Porto, também em Ponte de Lima o PS desistiu de apresentar um candidato próprio. Vai apoiar Abel Baptista, um histórico militante e dirigente democrata-cristão que renunciou aos cargos no partido e ao seu lugar de deputado na Assembleia da República em ruptura com Assunção Cristas. A líder do CDS-PP decidiu que o partido apoiaria a recandidatura de Vitor Mendes à presidência da câmara.

“Em Ponte de Lima pode haver um resultado histórico nestas eleições e uma mudança politica no executivo”, vaticina António Matos, líder da concelhia do PS de Ponte de Lima para quem o apoio a Abel Baptista, presidente da Assembleia Municipal de Ponte de Lima durante dois mandatos, não compromete a identidade do Partido Socialista. “O PS no Porto não despareceu como apoio que deu a Rui Moreira e, também neste caso, entendemos que com este apoio o PS não vai perder a sua identidade”, afirma António Marques.

O apoio do partido ao ainda militante democrata-cristão Abel Baptista foi aprovado na quinta-feira por uma confortável maioria (apenas duas abstenções). Para a noite desta sexta-feira estava agendada uma reunião da comissão política distrital do PS, para ratificar o nome do ex-deputado do CDS como candidato independente à câmara.

“É uma candidatura da cidadania encabeçada por Abel Baptista”, diz ainda o dirigente concelhio.

Quando anunciou a sua candidatura, o ainda militante do CDS lançou um apelo aos partidos e também aos eleitores, na perspectiva de a sua lista se tornar mais plural e aberta a várias sensibilidades. A partir daí, as duas partes encetaram negociações que terminam agora com o apoio político dos socialistas.

Miguel Alves, presidente da Câmara de Caminha, nota que a decisão encontrada para Ponte de Lima vai ao encontro da posição que assumiu quando chegou à liderança da distrital do PS de Viana do Castelo. “Abri as portas do partido a outras soluções, particularmente nos concelhos onde o PS não tem uma implantação forte”, recorda Miguel Alves, alegando que “esta capacidade de diálogo” da distrital “alarga a possibilidade de o partido eleger representantes em todos os órgãos autárquicos”.

No distrito de Viana, o PS vai recandidatar cinco dos actuais seis presidentes de câmara e apresentar duas mulheres como cabeças de lista em Valença e em Arcos de Valdevez - respectivamente, Ana Belo Rodrigues, líder concelhia, e Dora Brandão, presidente do departamento das Mulheres Socialistas do distrito de Viana.

Em Vila Nova de Cerveira a aposta recaíu no jovem empresário Nuno Silva e em Ponte da Barca, cujo presidente de câmara está no seu terceiro e último mandato, a escolha chama-se Inocêncio Lobo, o adjunto do autarca.

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