Asghar Farhadi e O Vendedor são o vencedor ausente do Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares

A categoria mais politizada dos 89.ºs prémios da Academia teve o vencedor que não está presente por protesto.

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"Os realizadores criam empatia. Precisamos disso mais do que nunca"

A categoria mais politizada dos 89.ºs prémios da Academia foi indubitavelmente a de Melhor Filme Estrangeiro, automaticamente rodeada de polémica desde que o Presidente dos EUA aplicou (ainda que temporariamente) a proibição de entrada no país de cidadãos de sete países muçulmanos - entre os quais o Irão de Asghar Farhadi, realizador de O Vendedor.

Primeiro a sua actriz Taraneh Alidoosti, depois o realizador, anunciaram que não iriam estar presentes na cerimónia em protesto contra o "Muslim Ban" e vários apelos se seguiram para que o voto dos membros da Academia se concentrassem no filme iraniano - no final desta semana, em sites como o Rotten Tomatoes ou o IMDB na sua secção de votos dos utilizadores davam pontuações máximas ao filme, indiciando uma campanha de apoio a O Vendedor.

Nos Óscares, a astronauta iraniano-americana Anousheh Ansari, segundo informa a BBC, subiu ao palco com Firouz Naderi, ex-cientista da NASA e de nacionalidade iraniana, para ler um comunicado em que frisou o papel dos cineastas na criação de empatia", de que "precisamos mais do que nunca". E lembrou que pela falta de "respeito ao povo" do seu país e de outros países visados pela "lei desumana que bane a sua entrada nos Estados Unidos" esteve ausente.

Sábado, os realizadores de todos os filmes nomeados divulgaram uma carta aberta em que lamentavam o "clima de fanatismo" no mundo.

Competiam ainda Under sandet (Dinamarca), En man som heter Ove (Suécia),Tanna (Austrália) e Toni Erdmann (Alemanha).
 

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