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Trump critica China por "não ajudar" os EUA a controlar a Coreia do Norte

No Twitter, o Presidente eleito dos EUA respondeu também a Kim Jong-un e ao prometido teste de um míssil intercontinental.

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Trump continua a dar conta das suas análise políticas via Twitter Reuters/JONATHAN ERNST

O Presidente eleito dos EUA criticou esta segunda-feira a China, através do Twitter, afirmando que, apesar de beneficiar dos laços económicos com Washington, Pequim não prestaria apoio para conter uma eventual ameaça da Coreia do Norte.

“A China tem recebido quantidades maciças de dinheiro e riqueza dos EUA num negócio que tem sido totalmente de sentido único, mas não ajudará com a Coreia do Norte. Boa!”, escreveu Trump no Twitter.

Um porta-voz do Governo chinês garantiu que os esforços de Pequim para conter os avanços do programa nucelar norte-coreano são "perfeitamente óbvios".

Em Fevereiro do ano passado, o Conselho de Segurança da ONU aprovou um dos mais extensos pacotes de sanções, com o acordo da China, em resposta ao ensaio nuclear feito semanas antes. Vários analistas notaram que os ensaios nucleares dos últimos meses realizados por Pyongyang – o mais recente em Setembro – apanharam Pequim de surpresa, o que terá contribuído para uma postura mais crítica da China em relação ao seu aliado.

Donald Trump veio ainda desvalorizar as declarações do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, que, na mensagem de Ano Novo, garantiu que o seu país está a poucos passos de testar um míssil balístico intercontinental.

“A Coreia do Norte acabou de afirmar que está na fase final de desenvolvimento de uma arma nuclear capaz de alcançar partes dos EUA. Não vai acontecer!”, garantiu Donald Trump.

Há dúvidas quanto ao real significado do comentário de Trump sobre o desenvolvimento do programa nuclear norte-coreano. O futuro Presidente norte-americano pode duvidar das capacidades tecnológicas de Pyongyang em conseguir construir mísseis de longo alcance capazes de transportar ogivas. 

O programa nuclear norte-coreano tem progredido de forma assinalável desde que Kim chegou ao poder, em 2012. Só no último ano, o regime conseguiu realizar dois testes nucleares com sucesso e fez vários lançamentos de mísseis balísticos de alcance médio e longo.

Mas, ao garantir que a progressão nuclear da Coreia do Norte "não vai acontecer", Trump pode estar igualmente a referir-se a uma possível negociação. Durante a campanha eleitoral, o magnata chegou a sugerir sentar-se à mesa com Kim e até "comer um hamburguer" com o líder norte-coreano.

"Donald Trump quer definitivamente enviar um sinal a Pequim de que os EUA querem colocar mais responsabilidade em lidar com a situação na Coreia do Norte na China", disse o especialista do Instituto de Estudos Internacionais da China, Ruan Zongze, citado pelo South China Morning Post.

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