O ex-Presidente brasileiro, Lula da Silva, foi formalmente acusado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito de uma investigação que envolve a propriedade de um apartamento triplex num condomínio em Guarujá, uma cidade do litoral de São Paulo. Também a mulher de Lula, Marisa Letícia, e outras seis pessoas foram acusadas, avança o jornal Globo.

A Polícia Federal já tinha indiciado o casal, a 26 de Agosto, e agora a task-force do Ministério Público encarregada da Operação Lava Jato decidiu avançar para uma acusação. Entre os restantes acusados estão o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e vários ex-directores da construtora OAS, incluindo o seu presidente, Léo Pinheiro, já condenado a 16 anos de prisão e que agora colabora com as autoridades.

“Há indícios de que (…) a OAS entregou vantagem indevida por meio de manutenção dissimulada de propriedade e de pagamento de reforma do imóvel”, declararam os investigadores da Lava Jato.

Lula mantém que o tríplex no condomínio Solaris, em Guarujá, não lhe pertence e que a sua mulher acabou por desistir de o adquirir. Os investigadores suspeitam que a OAS terá pago por obras na habitação, que terão funcionado como uma “prenda” por favores prestados por Lula. Segundo as autoridades, em 2014 Lula terá recebido pelo menos um milhão de reais (cerca de 240 mil euros) da construtora, sem justificação aparente, para gastar em obras.

A investigação ao apartamento de Guarujá está inserida na Operação Lava Jato, que está a apurar as movimentações financeiras de várias empresas de construção brasileiras envolvidas no esquema de corrupção em torno da petrolífera estatal Petrobras.

O Ministério Público de São Paulo já tinha pedido a prisão preventiva de Lula da Silva, sob suspeita de branqueamento de capitais e falsa declaração patrimonial, precisamente por causa do apartamento de Guarujá.