É o fim do Instagram tal como o conhecemos

É a rede social por excelência de quem gosta de fotografia, moda, culinária, viagens e também de quem quer espreitar as amigas da irmã. Mas o Instagram decidiu esta semana alterar uma das suas principais características, enfrentando um enorme onda de oposição por parte dos utilizadores.

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Filtros do Instagram dão às fotografias o aspecto vintage dos instantâneos dos anos 1970 DR

No centro da polémica está o feed inicial, a linha cronológica onde os utilizadores do Instagram vêem os últimos vídeos e fotografias partilhadas pelos seus familiares, amigos e ídolos assim que abrem a aplicação. De acordo com uma nota que a rede social divulgou na terça-feira, a ordem cronológica será substituída por um critério de relevância.

Assim, os utilizadores vão passar a ver em primeiro lugar as imagens e filmes de quem lhes é teoricamente mais próximo. O Instagram não explica como, mas tendo em conta a sua integração com a proprietária Facebook, presume-se que a existência de uma amizade com um dado utilizador na rede social de Mark Zuckerberg será um dos factores de relevância. A frequência e intensidade das interacções com certos perfis, bem como as pesquisas feitas ao longo do tempo, poderão ser outras variáveis em jogo.

As partilhas de celebridades como músicos, modelos ou desportistas (ou como o Papa Francisco, que aderiu esta semana à rede) também terão prioridade na timeline face às imagens de meros conhecidos do trabalho.

A mudança encontra-se em fase de teste, e a empresa admite alterações no processo.

Na prática, este novo algoritmo aproximará a experiência de utilização do Instagram daquela que se observa há vários anos no Facebook e da que vem sendo gradualmente introduzida no Twitter, onde se assiste a uma hierarquia de publicações nem sempre coincidente com a ordem cronológica. Nestas redes, esta mesma alteração também foi inicialmente mal recebida.

É essa aproximação a outras redes que está a incomodar muitos utilizadores. “Olá Instagram. Se eu quisesse usar um site de partilhas de fotos baseado num algoritmo, usava o Facebook. Mas não quero, e por isso é que te uso”, lê-se num de muitos tweets sobre o assunto. Tanto no Twitter como no Facebook, como até no próprio Instagram, a hashtag #RIPInstagram vem agregando um número crescente de mensagens de protesto.

 

 

 

 

Em apenas dois dias, uma petição online dirigida ao Instragram reuniu 150 mil assinaturas contra a introdução do novo algoritmo.

O Instagram justifica a alteração com o crescimento da rede. “Ficarão surpreendidos se souberem que as pessoas não vêem, em média, 70% dos seus feeds. À medida que o Instagram cresce, torna-se cada vez mais difícil estar a par de todas as fotos e vídeos que as pessoas partilham. Isso significa que nem sempre vêem os posts que mais os interessariam”, lê-se na nota.

“Se o vosso músico favorito partilhar um vídeo do concerto da noite passada, este vai estar lá à espera que acordem (…). E quando a vossa melhor amiga partilhar uma foto do seu novo cachorrinho, não vão perdê-la”, exemplifica a rede fundada em 2010 e adquirida pelo Facebook em 2012.

Em 2015, o Instagram subiu de 300 milhões para 400 milhões de utilizadores activos, que partilham em média mais de 80 milhões de imagens por dia. A rede suplantou assim o Twitter, que conta cerca de 300 milhões de utilizadores activos, mas ainda está longe do Facebook, utilizado por mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo.

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