Bebé terá sido morto à facada pelo pai em Oeiras
Pai discutiu com a companheira ao telefone e avisou que iria matar o filho de três meses na tarde desta quarta-feira.
Quando os bombeiros chegaram, alertados pela PSP, o “bebé estava com uma faca de cozinha espetada lateralmente no peito, deitado na cama”, adiantou ao PÚBLICO o comandante dos Bombeiros Voluntários do Dafundo, Carlos Jaime. “Foram feitas manobras de reanimação durante alguns minutos, mas já não havia nada a fazer. Pedimos ao INEM para enviar uma viatura médica de emergência e reanimação e a médica declarou o óbito”, acrescentou Carlos Jaime. O comandante explicou que teve de “mandar para casa a bombeira e o bombeiro, com filhos menores, por estarem visivelmente perturbados com o que viram”.
O INEM foi alertado pelas 16h42, confirmou ao PÚBLICO fonte daquele instituto. Para o local seguiu a viatura médica de emergência e reanimação do Hospital São Francisco Xavier e uma ambulância dos Bombeiros Voluntários do Dafundo.
Depois do crime, o pai voltou a telefonar à companheira dando-lhe conta de que já tinha matado o bebé. Foi depois a um café junto a casa. "Ele bebeu um vinho do porto", conta o funcionário da Pastelaria Pérola, Luís Marinho, que o serviu. O empregado diz que serviu o cliente, que aparecia de vez em quando no estabelecimento. "Só quando pagou a conta é que notei que tinha a mão toda ensanguentada", relata Luís Marinho. Enquanto pagava, o homem, que terá pouco mais de 30 anos, pediu várias vezes o telefone, insistindo que precisava de fazer uma chamada. Acabou, contudo, por sair da pastelaria sem telefonar a ninguém, aparentemente por se ter apercebido da proximidade da polícia.
O homem foi detido próximo de casa por agentes da PSP. Foi aliás o suspeito que chamou a atenção da polícia, esbracejando no ar com vestígios de sangue nas mãos, na direcção dos agentes. Não resistiu à detenção e confessou logo o que tinha feito. Está neste momento detido na esquadra de Carnaxide. Já a companheira encontra-se na esquadra de Miraflores a receber tratamento psicológico. Para a esquadra, o INEM mobilizou a unidade móvel de intervenção psicológica de emergência.
O casal reatara a relação há cerca de um ano depois de, face a diversos episódios de violência doméstica, a mulher ter fugido de Coimbra, onde viviam. Já em Lisboa voltaram a juntar-se, tendo o bebé, um menino, nascido enquanto viviam juntos.
O suspeito submeteu-se há poucos meses a um tratamento de desintoxicação para resolver problemas relacionados com o consumo de álcool e de drogas, acrescentou ainda fonte policial.
Inspectores da Judiciária estão ainda a realizar perícias no local no sentido de conseguirem mais informações sobre o sucedido. com Mariana Oliveira