Comunidades intermunicipais têm de lançar plano com 75% dos investimentos até 2020
Proposta dirige-se a investimentos previstos ao nível supramunicipal, não incluindo os projectos isolados de cada município.
Manuel Castro Almeida falava em Sines, no distrito de Setúbal, na apresentação pública do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Alentejo Litoral 2014-2020, que elogiou por representar o envolvimento de "toda a comunidade" no processo.
Em meados deste mês, o Governo irá indicar a dotação financeira disponível para cada eixo prioritário dos novos fundos europeus para que as comunidades intermunicipais possam apresentar as suas candidaturas, traduzidas em "pactos para o desenvolvimento e coesão".
De acordo com Manuel Castro Almeida, esses "planos de acção" deverão "respeitar" a estratégia de desenvolvimento aprovada no seio das comunidades intermunicipais, com a obrigação de identificarem projectos correspondentes a 75% do conjunto de investimentos delineados.
A proposta não inclui, segundo o secretário de Estado, os projectos apresentados por cada município isoladamente, mas antes o conjunto dos investimentos projectados ao nível supramunicipal.
O governante desejou que os responsáveis não caiam na "tentação" de "colocar o dinheiro fora das prioridades que estão estabelecidas". "Eu estou convencido de que as pessoas sérias que trabalharam neste processo não vão cair no logro que muitas vezes caímos que é de apontar o discurso para um lado e colocar o dinheiro noutro", afirmou.
"Tudo o que mexe no Alentejo Litoral foi convidado a participar na definição desta estratégia", referiu, reforçando que esse é o "caminho certo".
Segundo o governante, o programa Portugal 2020, que sucede ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), vai "privilegiar as estratégias supramunicipais", bem como as "iniciativas conjuntas das empresas".
"Todos temos consciência de que um país não é um somatório de municípios. Uma estratégia não é uma lista de obras municipais", defendeu.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional salientou ainda a "valorização dos recursos locais" como "um ponto muito marcante" da estratégia da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, composta pelos municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines.
"Acho que esse é o caminho que cada região do país tem de seguir. Não vale a pena ficarmos à espera de um grande investimento estrangeiro. Se vier, fantástico, mas não podemos ficar pendurados nisso", frisou.
Manuel Castro Almeida sublinhou ainda a "necessidade de executar rapidamente" os projectos do QREN, relativo ao período 2007-2013, cujo limite é atingido no final deste ano.