As buscas, hoje divulgadas pelo "Diário de Notícias", decorreram na passada quarta-feira, dia 29 de Novembro, em computadores e gabinetes daquela Câmara algarvia, incluindo o espaço utilizado pela presidente da autarquia, Isabel Soares (PSD).

A autarca explicou à Lusa que a actuação da Polícia Judiciária (PJ) decorreu depois de ter enviado "vários documentos no âmbito do processo de inquérito interno" para apurar responsabilidades na adjudicação de obras, superiores a um milhão de euros, sem concurso público.

"Sou a pessoa mais interessada em que tudo se esclareça o mais rapidamente possível", afirmou Isabel Soares.

O inquérito interno foi realizado após a Direcção de Finanças de Faro ter solicitado, no início do ano, esclarecimentos sobre facturações de trabalhos da empresa Viga de Ouro àquela autarquia, em pagamentos de apenas cinco mil euros por cada empreitada realizada, de forma a dispensar o concurso público.

O inquérito interno levou a presidente da Câmara a suspender o chefe de divisão dos serviços urbanos e ambiente, mas os partidos da oposição - PS e CDU - atribuem a Isabel Soares a responsabilidade na celebração de contratos de 'factoring' (antecipação de créditos), exigindo a sua demissão.

"Estou tranquila em relação a todo o processo", disse ainda a autarca, que se escusou a divulgar pormenores sobre a actuação da PJ, alegando que o caso está em "segredo de justiça".

"Não acompanhei os inspectores da PJ e aguardo serenamente o culminar do processo para apurarmos responsabilidades", concluiu Isabel Soares.