Hamas garante ter "avanço considerável" sobre a Fatah
“As primeiras informações seguras que recebemos confirmamum avanço considerável, sem equívocos ou ambiguidades”, afirmou Ismail Haniyeh, cabeça de lista do movimento islamista.
Confrontado com as projecções, que apontam para uma vitória, ainda que escassa da Fatah, o responsável do Hamas afirmou que “não passam de sondagens”.
Pouco antes, o porta-voz do movimento, que concorre pela primeira vez ao escrutínio, contestava as diferentes projecções difundidas pela comunicação social. “Os números de que dispomos dão uma grande margem ao Hamas e mostram que as projecções não são exactas”, declarou Sami Abu Zuhri.
Diferentes projecções atribuem à Fatah, o partido liderado pelo presidente palestiniano Mahmoud Abbas, entre 42 e 46,4 por cento dos votos, enquanto o Hamas é creditado com 35 a 39 por cento dos votos.
Segundo um estudo divulgado pela Universidade Bir Zeit, a Fatah deverá perder a maioria absoluta que dispunha no Conselho Legislativo (Parlamento), elegendo apenas 63 dos 132 deputados. A mesma projecção prevê que o Hamas eleja 58 deputados, segundo o sistema de misto (listas proporcionais e eleição directa) em vigor.
A Fatah, que lidera as instituições governamentais desde a criação da Autoridade Palestiniana, em 1994, poderá, assim, ter dificuldades para formar um governo maioritário, podendo ser obrigada a coligações com os movimentos mais pequenos.
Não está, contudo, posta de parte a hipótese do Hamas chegar ao Executivo, seja através de uma coligação com a Fatah ou com formações mais pequenas, apesar de tanto Israel como os EUA avisarem que não irão negociar com os integristas.
Os primeiros resultados oficiais só deverão ser conhecidos amanhã, mas a comissão de eleições já anunciou que a participação no escrutínio atingiu os 77,6 por cento dos 1,35 milhões de eleitores inscritos.
Segundo os observadores e as agências internacionais, as legislativas - as primeiras realizadas no território numa década - decorreram sem incidentes graves, ao contrário do que faziam prever os distúrbios registados durante a campanha.
Após a divulgação das projecções, apoiantes das duas maiores formações saíram às ruas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza para comemorar os resultados, apesar dos apelos à calma feitos pelos dirigentes das duas formações.