Devido a uma massa de ar muito frio de origem polar, associada a um anticiclone localizado a Oeste da Irlanda, a Península Ibérica vai viver uns dias de Inverno em pleno. A temperatura mínima poderá atingir valores entre menos sete e menos dez graus nos locais mais elevados, prevendo-se mesmo valores abaixo de zero nas regiões próximas do litoral, informou o Instituto de Meteorologia (IM), citado pela Lusa.

A temperatura máxima não deverá ultrapassar os cinco graus nas regiões do interior Norte e Centro e no restante território 10. Em todo o continente haverá formação de gelo e geada.

Se o cenário já se afigurava inóspito, nada como o vento para piorar a sensação. Vindo do Norte ou Nordeste, Éolo irá soprar com força, baixando ainda mais as temperaturas que se sentem.

O fenómeno, chamado "Arrefecimento por Efeito do Vento" (alguns técnicos preferem a expressão inglesa "windchill), pode dar a sensação de que o ar está muito mais frio do que na realidade está. Um exemplo, patente no "site" do IM, dá conta de que, se estiverem zero graus e ventos na ordem dos 35 quilómetros por hora, quem se passear na rua sentirá que estão menos sete graus.

"Normalmente o nosso corpo cria uma camada fina de ar quente protectora da pele. Quando existe vento, este remove a camada de ar quente, deixando a pele exposta ao ar mais frio. Como é necessária energia para o nosso corpo voltar a aquecer esta camada, que é continuamente removida pelo vento, a temperatura da pele acaba por baixar e sente-se cada vez mais frio", explica o IM.

A Protecção Civil dá vários conselhos para que os portugueses acolham os dias frios sem gelarem. É essencial utilizar roupa quente e calçado adequado mas é melhor não optar por apenas uma peça de tecido grosso, já que é mais eficaz a utilização de várias camadas.

Por outro lado, é de evitar modelos muito justos ou que façam transpirar. Gorros e luvas são importantes para as extremidades, as primeiras que perdem calor.

Em casa devem vedar-se portas e janelas. Para os adeptos do exercício físico, a Protecção Civil avisa que "o ar frio não é bom para a circulação sanguínea, devendo ser evitadas actividades intensas que obriguem o coração a um maior esforço e que podem até conduzir a um ataque cardíaco." Mas ninguém diz para se ficar parado: "Faça pequenos exercícios com os braços, pernas e dedos para manter a circulação sanguínea."

A quantidade de calor que se perde não depende apenas do arrefecimento, mas também de outros factores, como o vestuário e a constituição física da pessoa. "Roupas com fraco isolamento térmico ou que facilmente fiquem molhadas provocam perdas de calor quase tão elevadas como a própria pele sem protecção. O peso e altura dos indivíduos são também importantes, sendo que normalmente pessoas altas e magras resistem menos ao frio que as outras mais baixas e mais fortes", sublinha o IM.