Coronavírus
Covid-19. Como fazer uma máscara caseira em seis passos
O Centro Europeu de Controlo de Doenças não descarta a utilização de máscaras caseiras, reconhecendo-lhe algumas vantagens, mas chama a atenção para a limitada protecção destas soluções, sublinhando que é importante utilizar qualquer protecção facial da forma correcta.
Fazer uma máscara caseira não podia ser mais simples. Junta-se um tecido de algodão (quanto mais opaco melhor), um filtro de café e dois elásticos (podem ser os do escritório ou os do cabelo) e já está. Ficamos com uma máscara que deve cobrir a boca e o nariz e que pode evitar que espalhemos o SARS-CoV-2, caso sejamos portadores do vírus e não o saibamos. Depois de utilizada a máscara, o tecido deve ser lavado na máquina e o filtro de café subsituído por um novo.
Esta máscara é descrita pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças americanos (CDC, na sigla inglesa) como uma "medida de saúde pública voluntária", sublinhando que as máscaras cirúrgicas devem ser poupadas para os profissionais de saúde.
O Centro Europeu de Controlo de Doenças (CECD) tem o mesmo entendimento: não descarta a utilização de máscaras caseiras, reconhecendo-lhe algumas vantagens, mas chama a atenção para a limitada protecção destas soluções, sublinhando que é importante utilizar qualquer protecção facial da forma correcta.
O relatório publicado esta quarta-feira pelo CECD sobre a utilização de máscaras pela população em geral refere que está provado que o uso de uma máscara cirúrgica pode diminuir a propagação de gotículas respiratórias por parte de pessoas infectadas. Não é certo, no entanto, que uma máscara ofereça protecção adicional a pessoas não infectadas. Por isso, o ECDC considera a utilização de uma máscara "um acto de solidariedade" praticado pelo portador para evitar contaminar outras pessoas. E as máscaras de tecido?
A maior parte das máscaras não médicas demonstraram ter "uma eficiência de filtragem muito baixa", lê-se no relatório do ECDC. O documento refere que existem "provas limitadas" de que a utilização de máscaras feitas com materiais diversos poderão conter a libertação de gotículas produzidas por alguém infectado com o vírus, mas salienta que estes materiais são menos eficazes do que as máscaras médicas.
O mesmo documento reconhece, no entanto, que as máscaras de tecido têm a vantagem de serem fáceis de fazer e de poderem ser lavadas e reutilizadas. Admite também o seu uso sobretudo numa altura em que o acesso às máscaras médicas é limitado e os profissionais de saúde têm prioridade.
O ECDC recomenda a utilização de máscaras faciais quando se visita lugares movimentados e fechados, nos transportes públicos e em postos de trabalho que envolvam proximidade com muitas pessoas, mas sublinha que esta recomendação aplica-se quando se calcula que o número de indivíduos infectados mas assintomáticos seja elevado.
Nestes casos, a utilização de máscaras pela população em geral pode ser considerada como uma medida complementar, e nunca como uma substituição de outras medidas como a manutenção do distanciamento social, o ficar em casa quando se está doente ou o teletrabalho sempre que possível. Da mesma maneira, deve-se continuar a evitar tocar com as mãos na cara.
Por último, é importante usar as máscaras de forma adequada. Estas devem cobrir o rosto desde o dorso nasal até ao queixo. Devem ser colocadas e retiradas com as mãos lavadas e, ao retirá-las, deve-se evitar tocar na parte da frente das mesmas.
Máscaras que podem ser lavadas devem sê-lo o mais rapidamente possível depois de serem retiradas, utilizando detergente comum a 60.º.
Com Filipe Ribeiro