Um quarto dos centros de saúde com médicos dentistas

Governo prevê contratar 500 médicos aposentados para compensar a falta de clínicos nalgumas especialidades.

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Ao todo são 91 os centros de saúde que vão oferecer consultas dentárias gratuitas Nélson Garrido (arquivo)

Vamos ter 91 centros de saúde (cerca de um quarto do total) com médicos dentistas e 28 agrupamentos de centros de saúde com rastreios oftalmológicos, em experiências-piloto. Para compensar a falta de médicos nalgumas especialidades, pretende-se contratar 500 aposentados, que agora têm um regime mais apetecível para regressarem ao SNS. Só estas três medidas, previstas no Programa Nacional de Reformas, implicam uma despesa superior a 176 milhões de euros.

Nos cuidados continuados, os gastos previstos no documento ascendem a cerca de 70,4 milhões de euros, a distribuir pelo apoio domiciliário e em ambulatórios a idosos e pessoas dependentes (180 equipas e 4800 lugares), além de oito mil novas camas nas várias tipologias de internamento. Os cuidados paliativos terão um aumento de 164 lugares, enquanto os paliativos pediátricos, sem resposta actualmente, passam a ter 300 lugares/camas. Para a saúde mental estão previstas 109 equipas e 1528 camas.

O programa inclui estimativas dos utentes beneficiados com o alargamento das isenções de taxas moderadoras e reitera a redução, já em vigor, de 25% da receita global com estes pagamentos nas urgências, consultas e meios de diagnóstico. A reposição do direito ao transporte de doentes não urgentes, que se estima venha a abranger cerca de 554 mil transportes, vai implicar um gasto suplementar de 30,4 milhões de euros.

Em contrapartida, só no sector do medicamento, o Ministério da Saúde prevê uma poupança da perto de 518 milhões de euros, graças à revisão dos preços e aos estímulos ao aumento da utilização de genéricos — pretende-se que a quota destes fármacos mais baratos (custam 6,5 euros, em média) ascenda a 63%. Uma maior aposta nas compras centralizadas pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde poderá corresponder, estima-se, a uma poupança de 729 milhões de euros, enquanto o combate à fraude renderá cerca de 200 milhões de euros aos cofres do Estado.

Como já anunciado pelo PÚBLICO, está previsto o pagamento da dívida vencida (a mais de 90 dias) dos hospitais públicos, no valor de mais de 1,3 mil milhões de euros. com Lusa

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