O regresso ao partido do Paulo?
Precisamos de um CDS inclusivo e aberto, que pense e faça pensar Portugal e os Portugueses do século XXI.
O CDS não sobreviveria se depois do partido do Paulo continuasse a fulanizar e passasse a partido do Nuno ou da Assunção.
Não apenas porque lhe falta o original, mas porque partidariamente essa ideia é péssima.
O PCP, um partido errado e cheio de erros, ao menos não cometeu o erro de ser o partido do Álvaro, nem hoje é o partido do Jerónimo.
Um partido é suposto ser uma associação dotada de uma estrutura programática dogmática/ideológica clara e definida, exclusivamente focada no serviço das pessoas.
Todas.
Um partido das pessoas não é, por exemplo, um laboratório de ensaios sócio-tacticistas de modelos políticos, nem uma agência de empregos.
Isto por dizer que o primeiro desafio da nova liderança do CDS é a reconfiguração da matriz (que é democrata-cristã) do partido, hoje descaracterizada e desfigurada.
O segundo desafio, estribado naquela matriz, é tornar-se um partido confiável, persistente e seguro na afirmação do seu quadro ideológico e valorativo de fundo e na definição de longo prazo, clara e rigorosa, das suas opções políticas de governação.
Que para serem verdadeiras, eficientes e ao serviço de todos os Portugueses terão de passar de forma urgente e inelutável pela ponderação, discussão, desenho e apresentação de medidas simples, concretas, eficientes e mensuráveis de reforma do Estado (com redefinição da sua dimensão, funções e papel), de reforma do sistema político-partidário e de reforma do sistema educativo.
Precisamos de um CDS inclusivo e aberto, que pense e faça pensar Portugal e os Portugueses do século XXI - com todas as suas necessidades e carências - sem um desvio e sem uma dúvida.
Ao serviço de todos, fazendo o que deve ser feito.
Nesse ensejo, por exemplo, a mobilização do Gabinete de Estudos do partido é absolutamente crucial.
O contrário disto é o estafado e derrotado partido do líder.
Advogado, conselheiro nacional do CDS