Maria de Belém fala de uma “campanha que não foi bonita nem mobilizadora”
No último comício, em Lisboa, a candidata volta a piscar o olho às mulheres, apelando a que vão votar no domingo.
No dia em que todas as sondagens lhe dão resultados que a excluem de uma segunda volta, Maria de Belém declara que a “campanha não foi bonita, não foi agradável, não foi mobilizadora” e que não debateu programas nem causas, mas acusações.
Confessando que a campanha não foi aquilo que esperava que fosse, a candidata presidencial lamentou que os 15 dias de campanha não tivessem sido aproveitados para “se confrontaram programas, energias e para se defrontarem ideias diferentes”. “Mas, independentemente da campanha, nós temos o dever de estar mobilizados para votar, porque é votando que nós somos responsáveis e donos das nossas escolhas”, declarou, falando de “ânimo, coragem, confiança”. “Cá estaremos todos.”
Na antiga FIL, esta quinta-feira, a candidata discursou num comício pouco concorrido onde abordou, uma vez mais, a questão das subvenções vitalícias dos políticos, que entrou na campanha esta semana, e acusou os outros candidatos de fazerem declarações desconhecendo qual é o estatuto do Presidente da República.
Maria de Belém criticou aqueles que agem em função de “eleitoralismos fáceis” e declarou que “nenhum eleitoralismo a fará ceder, afirmando ser "chocante e inaceitável" que candidatos presidenciais ofendam o Tribunal Constitucional dizendo que as suas decisões são vergonhosas.
"Nunca o Governo de direita que nós tivemos, que viu muitas decisões das suas leis serem consideradas inconstitucionais, ofendeu o Tribunal Constitucional dizendo que eram vergonhosas as suas decisões e era preciso haver candidatos de esquerda que viessem dizer que agora o tribunal e as suas decisões são uma vergonha. Isto não é tolerável, repito, porque é absolutamente chocante e inaceitável no nosso estado democrático", declarou a ex-presidente do PS.
Num comício em Lisboa, Maria de Belém deixou claro que “nunca haverá nenhuma vontade de subir nas sondagens" que a faça ceder e que nunca comprometeria a sua consciência para obter "ganhos rápidos e fáceis, porque os ganhos rápidos e fáceis também se esgotam rapidamente".
Com a campanha a chegar ao fim, Maria de Belém apela a que “todos e todas votem no próximo domingo por vários motivos: em primeiro lugar, porque os resultados eleitorais não se conquistam através de sondagens, conquistam-se através da participação nas urnas; em segundo lugar, porque é indispensável que as pessoas reconheçam a importância de votar”.
Renovou o apelo directo às mulheres, afirmando que “é preciso que as mulheres assumam de uma vez por todas a sua libertação, a sua autonomia, a sua autodeterminação, é indispensável que tomem o destino nas suas mãos”. E terminou desta forma: “O que vos prometo é combate, luta, força, determinação e, sobretudo, denúncias das injustiças que podem e devem ser resolvidas. E não me falta o ânimo, a coragem, a determinação e, sobretudo, não me falta a honra da palavra, a honra daquilo que eu posso cumprir.”