Cartas à Directora
A escola (outra vez?)
No início de cada ano letivo, é sempre altura de pensar a Escola, a nossa e a dos outros (Europa). Ontem à noite, na SIC, uma reportagem sobre a escola que temos e a que queremos (alunos e professores, sobretudo). Logo à partida, o enfoque na duração das aulas. Noventa minutos. Os alunos sentados todo este tempo, a ouvir o professor, e eles, quietos, dois a dois em cada mesa, esforçando-se por não adormecer e por aparentar atenção. Em 1997 os portugueses eram dos que mais gostavam da escola. Hoje, estamos no fim do “ranking”. As críticas são as mesmas há anos: muitas horas na escola, aulas de grande duração e de carácter meramente expositivo. Os nossos alunos e os nossos filhos gostam da escola porque vão estar com os amigos e não, em primeiro lugar, pela escola em si. Os edifícios são modernos e atraentes, mas os alunos não se convencem. Os professores e os alunos insistem nas mesmas críticas há anos, mas nada se muda. Tenho andado a pensar muito numa amiga que vive em Oliveira de Azeméis e foi colocada em Leiria. Com dois filhos pequeninos, teve de optar: levou consigo a mais velha que, inicia agora o 1.º ano de escolaridade. Terão que passar toda a semana longe do pai e do irmão bebé e longe do marido e do filho... 150 km... Queremos uma melhor escola, com professores e alunos mais motivados! E esta, hein?
Céu Mota, Santa Maria da Feira
Afinal a educação…
Apesar das inaugurações, da divulgação de estatísticas, dos discursos na comunicação social o início do ano lectivo está a trazer muitas dores de cabeça a pais, professores... Afinal falta pessoal nas escolas não garantindo a segurança dos alunos nem as tarefas de apoio necessárias. A constituição das turmas falhou muitas das expectativas que este ano se esperava que o bom senso iria imperar quanto ao número de alunos por turma e a separação dos anos. Há queixas que os refeitórios abriram sem garantir refeições a todos os alunos inscritos. E afinal bastava a equipa do Ministério ter tido em atenção as várias reclamações antigas e as sugestões que pais, professores, sindicatos e estruturas ligadas à educação têm vindo a oficializar. Temos esperança que o Ministro e a sua equipa consigam rapidamente resolver estas dificuldades.
Maria Clotilde Moreira, Algés