Cartas à Directora

Paraísos Fiscais

 Uma fuga de informações no Panamá revelou ao mundo uma extensa lista de individualidades e empresas que recorrem a instituições financeiras, especializadas em operações pouco claras e mesmo delituosas. Praticam-se operações que permitem aos clientes libertarem-se de pesadas obrigações fiscais nos países de origem e lhes garantem elevados juros nos depósitos que lá efetuem.

As informações colhidas pelos jornalistas trazem a público casos importantes sobre crimes de lesa património. Porém, esbarram em certos aspetos, porventura mais secretos ainda, e que fortíssimos interesses impedem de ser revelados.

É que os juros altíssimos que são praticados só são possíveis porque os depósitos acumulados servem, ao fim e ao cabo, para financiar outras operações extremamente lucrativas, por serem gravíssimas, mafiosas e até tenebrosas: caso do tráfico de armas, de estupefacientes e outras drogas perigosas, de prostituição em larga escala, de deslocação maciça de foragidos à guerra, ao terror, ou simplesmente à exploração.

Há, pois, que acabar urgentemente com os paraísos fiscais.

António Catita, Lisboa

 

Expo 98

Dirão os leitores, por que carga de água é que este vem falar da Expo 98, no ano 2016. Vou tentar explicar: tive a oportunidade de assistir em Cannes, França – por ocasião de um MIPIM, à apresentação e lançamento do bonito projecto inicial para a construção do espaço Expo. Noutra ocasião assisti em Lisboa, creio que à primeira apresentação pública. Lembro-me que era um projecto de alta qualidade e terá sido uma coisa parecida com esse projecto, que foi construída para a inauguração e abertura a 22 de Maio de 1998. Tenho presente que o Engenheiro Cardoso e Cunha, ao tempo responsável pela obra, informou o auditório (e era visível no projecto) que ali para além dos prédios, também ficaria um parque verde com cerca de <_st13a_metricconverter productid="80 hectares" _w3a_st="on">80 hectares. Já lá vão 18 anos, até hoje não pararam de construir. Ando por lá de vez em quando e verifico que aquilo não tem nada a ver com o que nos prometeram. Do tal parque verde, nem sombra. O que era a promessa de uma maravilha, está transformado num verdadeiro inferno. Teria que ser assim? Continuará a ser assim neste pobre país?

Guilherme da Conceição Duarte, Lisboa

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