Cartas à Directora

Miguel Mota, uma pequena homenagem

Li no PÚBLICO de 27 de Março, na secção "CURTAS" a notícia do falecimento do Engº Agrónomo Miguel Mota.

Tive a honra de o conhecer numa actividade bastante distinta da matriz académica do Engº Miguel Mota: fomos praticantes (ele mais do que eu!) de voo de planadores, principalmente no aeródromo de Évora, quando este recinto era apenas uma pista de terra batida e o único edifício de apoio era uma casinha alentejana, resto de um antigo "monte", situada no lado poente da pista.

Desse convívio com o Engº Miguel Mota ficaram-me excelentes memórias - fora aluno de meu Pai, que admirava, aliás a admiração era recíproca!.

Muito falámos sobre Ciência (em geral) e sobre Agronomia e Silvicultura bem como das  ciências afins: Biologia, Botânica, Geologia, Física e Química. A ele devo a minha actual sensibilidade para as questões da Agronomia e da Silvicultura! Sensibilidade tardia, confesso!

Os anos passaram e eu segui caminhos muito diferentes. Voltei a reencontrar o Engº Miguel Mota nas páginas do PÚBLICO, onde escreveu com alguma regularidade, bastante propósito e muita razão! Com curiosidade e avidez li sempre os seus textos que muito apreciei e cujas ideias subscrevi e subscrevo incondicionalmente!

Adeus caro Amigo, se lá no outro mundo me dá essa honra! É com Saudade que recordo as suas sábias conversas (ou lições?) que tivemos quando, depois dos voos de dia, "planávamos" à noite depois do jantar pelas ruas de Évora!

Para sempre guardarei essa boa memória, bem como as "separatas" dos artigos e conferências sobre as questões da Agro Português que fez questão de me oferecer.

Adeus querido Amigo e lá onde está aceite um último Abraço do

José Bruno Falcão Machado, Lisboa

 

Mario Draghi vem aí

No próximo Conselho de Estado, Mario Draghi vai estar presente. Bela ocasião para lhe fazermos (nós, os conselheiros não se atreverão…) algumas perguntas. Primeira: o BCE não tem recursos para realizar as suas próprias análises de risco de crédito, vendo-se obrigado a contratar agências de rating? Segunda: não se sente o BCE, um Banco central supranacional, menorizado por ter de acatar “imposições” (eufemisticamente, chamam-lhes opiniões…)  emitidas por entidades que, sempre com o rabo neoliberal de fora, já fizeram asneira da grossa? Terceira: com tantos poderes, até os de contrariar as políticas que governos democraticamente eleitos delineiam para os seus países, de que raio de mediocridade sofrem os dirigentes do BCE que, quais vassalos ajoelhados diante dos suseranos, imploram poder abrir crédito a países independentes que, na realidade, são os seus próprios “patrões”? Quarta: como é possível que uma instituição como o BCE aceite castrar-se desta maneira? Quinta, esta não dirigida a Draghi: qual a razão para que alguns congressistas do PSD, a começar pelo seu presidente, tivessem exibido tanto apetite pelo chumbo dessas agências? 

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

 

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