Cartas à Directora
Um mar de rosas
O namoro político entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa vai de vento em popa. O primeiro-ministro lançou em tempo certo a seta de Cupido. O Plano Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade vão selar o “casamento” entre os inquilinos de Belém e São Bento. O simpático “Asa” vai transportar as alianças! A publicação em Diário da República, do Orçamento de Estado é uma vitória do líder socialista. António Costa é um homem paciente: ferve em água fria! Os portugueses merecem paz de espírito e euros nos bolsos. Chega de ciumeira política . Contudo, convém lembrar o provérbio: ”Melão e casamento são coisas de acertamento”.
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
Vitorino Magalhães Godinho
Daqui a dois anos, em 9 de Junho de 2018, comemora-se o centenário do nascimento do Patriarca da historiografia portuguesa do século 20. A mairie de Paris atribuiu a uma rua junto à nova Biblioteca Nacional de França (13º arrondissement) o nome de Fernand Braudel , no 20.º arrondissement, existe a Place Marc Bloch e, em Besançon não falta a rue Lucien Febvre que aí nasceu, três parceiros de Vitorino nos Annales d'Histoire Économique et Sociale, revista tutelar da historiografia moderna. Igualmente nas casas que habitaram não faltam as placas comemorativas. Está na altura de começarmos a preparar as comemorações do centenário, que deveriam passar pela toponímia lisboeta e por um Congresso de História Económica e Social. Outro vulto maior da nossa historiografia, A.H. de Oliveira Marques, espera a justa homenagem toponímica e científica, quando se comemoram os dez anos da sua morte, em Janeiro de 2017. Contíguas à Torre do Tombo e à Faculdade de Letras, existem arruamentos sem nome atribuído, que são adequados para o efeito.
J. Carvalho, Lisboa
Descontrolo crónico da despesa
O ministério das Finanças publicou recentemente o défice das contas públicas referente a 2015. Mais uma vez, a despesa voltou aumentar 0,9%, embora tenha sido coberta pelo excelente desempenho da receita, que possibilitou a obtenção de um saldo primário positivo. Porém, o mais preocupante, continua a ser o crónico descontrolo da despesa corrente, que ano após ano, tem vindo a aumentar, atingindo patamares verdadeiramente insustentáveis. Com as recentes propostas de aumento do número de professores, médicos, enfermeiros e com a redução do horário de trabalho é bastante provável, que esta tendência se intensifique, com consequências óbvias para a sustentabilidade das contas públicas. Além disso, o crescimento da despesa é invariavelmente absorvido pelo aumento da carga fiscal sobre empresas e consumidores, o que deteriora a competitividade da nossa economia e reduz o potencial de criação de emprego e riqueza. Esperemos que o novo ministério criado para a racionalização da despesa na administração pública consiga pôr cobro a esta situação, de forma a permitir um maior alivio para todos os contribuintes e respectiva economia.
João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim