Cartas à Directora
Outono brasileiro
Estamos em Março, (quase) na Primavera. Mas, a “ventania” que chega de além-Atlântico, induz-me uma certa sensação de Outono, os ares, vindos também daquelas bandas (apesar do Pacífico), de um “ciclone” de um Setembro de há quase 43 anos.
É. Este Brasil a que nunca sou indiferente (não só por razões históricas e familiares, biológicas, mas também por razões culturais – que manancial de admiráveis poetas e escritores/as, por exemplo!...) que nos (tele / ciber)chega induz-nos um certo déjá-vu daquele 11 de Setembro de 1973 mais a sudoeste, no Chile.
É claro que Lula não é um Allende e, inclusivamente, agora, com a aceitação do cargo de “super-ministro”, pode (não tenho toda a informação para, por agora, fazer um juízo mais objectivo, consciente e convicto…) ter dado “um tiro no pé”.
Mas o que tresanda a golpe de estado antidemocrático, lá isso tresanda.
Claro que o poder militar, o exército e a aviação, foi substituído (por enquanto?...) pelo “4º poder”, pela comunicação comercial, digo, “social”; os canhões pelas câmaras de filmar, pelos microfones e pelos computadores ; as fardas dos generais pelas togas de (alguns) juízes.
Mas, inclusive, se repararmos (mais do que só olhar e ver), se sobretudo reflectirmos bem, tal como em 11 de Setembro de 1973 sobre Santiago, até conseguimos descortinar pairando sobre Brasília, S. Paulo, Rio, etc., manipulando (como às mãos compete…) o “povo”, a omnipresente e omni(pre)potente “mão invisível “ dos grandes interesses económicos e financeiros… e petrolíferos.
E, por isso, quando ligamos a televisão e agora nos aparece (entristece) este Brasil, convém abrir a janela para entrar o ar da Primavera, porque logo tresanda a golpe, lá isso tresanda.
Pode ser que, dentro de dias, para espairecer tais miasmas, chegue aos brasileiros os ares portugueses de um certo Abril de há 42 anos…
J. Fraga de Oliveira, Santa Cruz da Trapa
Nova liderança
Os partidos políticos são feitos por pessoas, mas baseados em princípios e valores que defendem como base para o governo de um país, pelo que o CDS PP sendo um partido humanista, não deve ser um partido apenas com discursos de circunstância, mas deve ter como horizonte servir o país no seu todo.
Acredito que a nova liderança do CDS PP, poderá conduzir o partido pela senda da afirmação, crescimento e bem-estar social, sendo necessário que se perceba que enquanto força politica, a primeira preocupação para transmitirmos uma imagem credível deve ser a de servirmos, e não a de nos servirmos.
Mais importantes do que sermos um partido, é que sejamos um partido unido, onde todos os membros possam remar na mesma direcção, pelo que é também importante que no seio do CDS PP exista capacidade de diálogo, sendo uma das razões pelas quais o CDS PP poderá vir a crescer.
É pouco relevante o grau académico dos militantes do partido, sobretudo quando de uma forma ou de outra todos colaboram para o crescimento do mesmo, utilizando os meios e a vontade de que dispõem, pelo que é desejável que a nova liderança do CDS PP olhe para o país com a perspectiva de servir o país e as pessoas.
Américo Lourenço, Sines