Cartas à Directora
Não falem quando não têm nada para dizer
Continuam muitas pessoas “importantes” deste nosso país, e não só, a ter “sempre” que falar, mesmo que nada têm para nos dizer, quando lhes colocam um microfone à frente da boca e uma câmara de televisão a filmá-los.
São as pessoas que vão na rua e têm sempre opinião sobretudo e nada, e são as pessoas “mais importantes”, desde chefes de partidos políticos, ex-políticos, futuros políticos, até ministros, directores e por aí abaixo. Todos e cada um!
Talvez fosse chegado o tempo de só se “ter” que falar, quando algo de concreto e lúcido houver a transmitir, ou por favor emudeçam, sem banalidades que são alvo de chacota desnecessária, e essencialmente de descrédito de quem a profere.
Último caso, mas muitos mais houve e muitos mais haverá, foi o do Sr. ministro da Economia a apelar ao “civismo” dos portugueses, para não irem abastecer os depósitos de combustível das suas – deles – viaturas a Espanha, mais económico que cá, dado que cá foi necessário aumentar impostos indirectos para reduzir alguns directos – e isto foi escamoteado, sendo a verdade pura e dura. (…) O que o Senhor ministro em questão nos tem que falar, e para dizer alguma coisa, é da Economia Real do nosso país e em que sector irá crescer, dado estar totalmente estagnada há um bom par de anos; e em que áreas será possível criar efectivamente emprego/trabalho. Esta é a tarefa do ministro, e não apelos despropositados ao civismo.
Civismo necessitamos todos, e muito, de ter em comportamentos entre nós, no dia-a-dia, que nada têm a ver com Economia, logo nada a ser falado por este senhor ministro.
O que se lhes pede é contenção, cuidado no que dizem, sendo educados e evitando falar a despropósito quando lhes apontam um microfone e uma câmara de filmar.
Falem unicamente quando tiverem alguma coisa a comunicar com sentido e conteúdo, dado que, não o fazendo quando tiverem motivos para o fazer, não serão ouvidos, e será pena.
Falar menos, poupar mais, mostrarem-se só quando necessário, e fazer obra, é a vossa função. Só! Espectáculo e irrevogáveis já nos cansaram, antes!
Augusto Küttner de Magalhães, Porto
Deputados com biscates
Notícias vindas a público dão conhecimento que, além da ex-ministra das Finanças, Maria Albuquerque, existem mais 38 deputados com rendimentos por fora, a saber; 21, PSD - 11, PS - 5, CDS-PP e 1, PCP. Bom, o país, como nós sabemos, debate-se cada vez mais com esse flagelo que é o desemprego. Os senhores deputados (alguns), que tanto reclamam no Parlamento contra o desemprego – apresentando e bem, sugestões –, 38 deles (16,5%) declararam atividades remuneradas além do seu vencimento de deputado! É do domínio público, que uma grande percentagem de deputados, pertence à Distinta Classe chamada advogados, e muitos deles fazem parte das muitas sociedades que existem por este país e que de certeza absoluta pagam avenças chorudas...
Tomaz Albuquerque, Lisboa