Cartas à Directora
"O meu ideal político é a democracia ..."
"O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado" - Einstein. Isto foi apresentado no v/ jornal, PÚBLICO, "escrito na pedra", salvo erro, de 2 de março. Na democracia as ideias são apresentadas, discutidas e a sua aplicação depende sempre da vontade de uma maioria. Nada é imposto. Tudo é respeitado. Seria muito interessante refletirmos sobre a nossa democracia. Verificar os seus princípios na atuação de quem nos governa e de quem nos dirige. Não de quem dependemos, porque, isso, não existe. Nós dependemos de nós. Porquê esta preocupação pelos princípios da democracia? Porque conquistamos a democracia há muito tempo e os sinais dessa democracia cada vez são mais fracos. O presidente que cessa funções dentro de dias nunca foi tão impopular, no entanto governou dez anos e foi mais dez presidente. Como se costuma dizer: sai sem glória e devíamos falar disso. Mas, como não falamos, disso, poderíamos afirmar que nos governou 20 anos sendo primeiro-ministro e presidente influenciador direto de outros governantes. Há dias o ministro da cultura decidiu lembrar uma espécie de caudilhismo, quando a maioria dos portugueses já nem se lembra dos caudilhos da América latina e de Espanha. Temos uma série de ex-governantes muito comprometidos com formas de estar nada recomendadas. Muitos dos dirigentes que influenciam as nossas vidas apenas sobrevivem graças a práticas pouco democráticas: submissão e autoritarismo sem autoridade. Três princípios que sempre me sugeriram: I - apresenta-te sempre como um ser finito; II - diz sempre o que tens a dizer; III - usa sempre o bom senso. Talvez possam ajudar na restauração de alguns princípios democráticos que, na minha opinião, estamos a precisar. (…) Há dias o ministro da cultura decidiu lembrar uma espécie de caudilhismo, quando a maioria dos portugueses já nem se lembra dos caudilhos da América latina e de Espanha. Temos uma série de ex-governantes muito comprometidos com formas de estar nada recomendadas. Muitos dos dirigentes que influenciam as nossas vidas apenas sobrevivem graças a práticas pouco democráticas: submissão e autoritarismo sem autoridade. Três princípios que sempre me sugeriram: I - apresenta-te sempre como um ser finito; II - diz sempre o que tens a dizer; III - usa sempre o bom senso. Talvez possam ajudar na restauração de alguns princípios democráticos que, na minha opinião, estamos a precisar.
Gens Ramos, Porto
Pressão do Eurogrupo?
Ouve-se na TV que segundo a Der Spiegel e fontes alemãs, o Eurogrupo irá pressionar o Ministro das Finanças para alterar o Orçamento. Claro que o Eurogrupo terá noção de que, se ele cedesse, o Governo cairia por perder o apoio dos partidos que o suportam. Aliás, um Orçamento de Estado nunca poderá ser da exclusiva responsabilidade de um só ministro. Mesmo que tenha a pasta das Finanças. Não creio que seja do interesse da UE que entrássemos em instabilidade política e sem qualquer previsão de quando haveria Orçamento. Muito menos do nosso interesse. Será pois contra-informação.
António J.M. Nunes da Silva, Oeiras