Cartas à Directora

Obama e Guantánamo

A poucos meses do término do seu segundo mandato, Obama veio voltar a falar do encerramento da famosa prisão. A associação destas duas palavras, ou a falta dela, durante 8 longos anos, é um indicador muito significativo sobre a isenção da informação que nos chega.

Não pretendo atacar especialmente Obama. De uma forma geral os seus mandatos foram incomparavelmente melhores do que os do seu antecessor e vejo com alguma preocupação as sondagens atuais e perspetivas futuras.

A minha questão é: tentem fazer um esforço de pesquisa e vão ler o que diziam tantas vozes destacadas deste mundo sobre Guantánamo e George W. Bush há 9-10 anos atrás. "Vergonha" seria a palavra mais macia.

Ora bem, o, por acaso, também Nobel da Paz está a terminar o segundo mandato sem ter efetivamente conseguido acabar com aquilo. Porque estão calados aqueles que, pelo mesmo motivo, apedrejavam Bush sem descanso? Não faltará um pouco de coerência?

Se um republicano for eleito (rezando a todos os santinhos para não ser D. Trump), voltaremos a ouvir falar daquela "vergonha mundial inaceitável"?

Carlos J F Sampaio, Esposende

 

Os portugueses podem confiar nos bancos?

Com este título, o programa televisivo ‘prós e contras’ da RTP1, informou-nos que, dos portugueses por si inquiridos, 85% disseram que não confiavam.

O painel dos senhores convidados — novas caras, novos ‘artistas’ — dissertaram sobre tão surripiante assunto de lesa cidadão e, consequente, lesa Pátria.

Assim, acabamos de saber que não existem fundos de resolução europeus para se substituírem aos bancos falidos — saqueados internamente —, e, com o Estado também falido, o vulgar cidadão — depositante ou não — é que fica completamente à mercê do depenar criminoso de tais falsários banqueiros. Isto é, o contribuinte é chamado a pagar com ‘língua de palmo’ enquanto a banca dá prejuízo; quando dá lucros, fica à margem de tais maquias.

E qual tem sido o papel do Regulador? Não passa de um modelo que abre a bolsa do contribuinte para colmatar os saques criminosos de tais bandidos.

Também se aventou se o Novo Banco — carcomido à nascença — deve ou não ser nacionalizado.

Claro que já foi nacionalizado com o dinheiro dos contribuintes, para depois ser entregue — livre de qualquer passivo ou lixo tóxico — aos privados!

Nem o Ali Babá e os seus quarenta ladrões se comportaram tão mal como a banca actual.

José Amaral, VNGaia

 

Lamas

Gostava de expressar a minha consideração pelo passado e pelo presente do Prof. António Ressano Garcia Lamas, secundando Raquel Henriques da Silva, no que serei acompanhado, certamente, por todas as pessoas decentes da área da Cultura. Espero que as lições do Parque integrado de Sintra possam frutificar no eixo Belém-Ajuda, logo que passe a breve traulitada soarista.

J. Carvalho, Lisboa

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