Cartas à Directora
Professores professores
O que me comove nas nossas escolas é a ingratidão. Conheço professores, melhor, conheço grandes professores, que sempre trabalharam imenso, deram sempre o seu melhor. O melhor aliado à competência, rigor e profissionalismo. Estes professores de que vos falo, nunca foram agradecidos ou sequer reconhecidos. Não passam ou não passaram de coisa comum e, apenas, mais ou menos mão de obra assim para o barato. Era tempo, há muito tempo, de esses professores, serem tratados pelo que realmente são: professores. Contudo, são esses professores preteridos pela informação do: acidente de percurso ou de curso, da corrupção ou dos corruptos, da vida ou do tempo tempo ou meteorológico, da união cada vez mais desunida à espera que os ingleses a salvem. Se não valorizarem os verdadeiros professores (mas onde é que eles estão?) esqueçam o futuro.
Gens Ramos, Porto
Modelo Soviético
Na nossa sacrossanta administração pública existe uma particularidade digna do século passado, cuja singularidade consiste em pagar exatamente o mesmo a quem trabalhe muito ou pouco, com qualidade ou de forma medíocre, exerça funções de elevada responsabilidade, ou com muito pouca. Este modelo de administração vigorou em pleno na extinta União Soviética e seus satélites, com os resultados sobejamente conhecidos de todos nós.
Porém a situação agravou-se com o recente congelamento definitivo das progressões nas carreiras da função pública, - bloqueadas desde Agosto de 2005 - fruto das desastrosas negociações do governo atual em Bruxelas, sobre o orçamento - do tipo venezuelano - de 2016, pondo assim em causa uma promessa do PS, que previa o seu descongelamento para 2018.
Ou seja as carreiras profissionais na administração do Estado foram suprimidas, com as exceções do costume: empresas públicas apesar das dívidas e em funções de soberania, mas a avaliação burocrática e inconsequente, essa continuará.
O cenário descrito leva inevitavelmente à propagação da mediocridade, à fuga dos melhores quadros e a uma desmotivação sem limites.
Também neste aspeto a reforma do Estado impunha-se em definitivo, mas se o governo anterior não teve coragem de a fazer, muito menos o vigente. Assim essa medida ficará certamente a aguardar... pelo dia do Juízo Final!
Rui M. Alves, Lisboa
Sobre o OE 2016
O OE 2016, que está a ser debatido no seio parlamentar na casa do povo, é vexatoriamente julgado - por quem nunca fez qualquer sacrifício para viver contando todos os tostões -, como uma ‘geringonça’, uma ‘errata da errata errata’, e, imagine-se, até apelidado de um ‘atiçador pirómano’. Enfim, uma coisa do demo, que só o seu tridente se equivale.
Entretanto, o par desfeito, cada um com os trapinhos em sua banda, tudo têm feito fora de portas, mormente por Bruxelas, para que os ‘poderosos do sistema’ tudo façam para boicotar as contas que o Governo de António Costa vai apresentando no seio da UE, na convicção que o actual executivo também usasse o ‘genuflexório europeu’ como Passos, Portas & Cª fizeram há bem pouco tempo, numa subserviência altamente lesiva dos interesses nacionais.
José Amaral, VNGaia