Cartas à Directora

Umas contas rápidas

Se é certo não ser legítimo fazerem-se leituras partidárias do resultado das Presidenciais, algum relacionamento pode ser tentado, em grandes linhas, entre o resultado das eleições de ontem e o das Legislativas de Outubro passado.

Começando pelo simples. Marisa Matias agarra e mantém o eleitorado do BE. O seu resultado é praticamente igual ao do Bloco de Outubro. Nada de especial a acrescentar.

O PC/CDU cai 4,4%, nada previsível, dada a tradicional pouca volatilidade do seu eleitorado. Para onde foram esses votos? Arrisco a dizer que para Sampaio da Nóvoa. A ser assim, dos 22.9% de SN, sobram 18,5% para todo o resto, incluindo o PS. Se somarmos o resultado de Maria de Belém, podemos dizer que a família PS terá tido 22,7%, largamente inferior aos 32,3% de Outubro. O saldo estará, portanto, em grande parte, em Marcelo R. Sousa.

São contas simples e simplistas, onde assumo que os restantes candidatos, incluindo Tino de Rans, militante do PS, tem um efeito transversal, mais ou menos equilibrado.

A ser assim, algumas reflexões e questões: A esquerda que se uniu para o derrube do governo de direita, não se conseguiu alinhar minimamente e, se o vencedor final era expectável, menos previsível seria, talvez, tanto esfrangalhamento. Os jovens turcos do PS que andam aos beijos e abraços com o BE, conseguirão entender que o seu PS, aqui estimado em Sampaio de Nóvoa, é substancialmente inferior ao PS original?

Vai ser curioso (ou preocupante) observar no Parlamento e na “rua” a evolução do conflito entre o BE e o PC pela efetiva liderança e afirmação da sua esquerda…

Carlos J F Sampaio, Esposende

 

Dimensão de Navios

A evolução e a adaptação dos mercados na agilização das trocas comerciais, tem proporcionado aos estaleiros navais a construção de navios cuja dimensão e capacidade de carga transportada, impressionam, mas são cada vez mais a resposta adequada para reduzir os custos.

Pertence aos portugueses a descoberta de que todo o mundo é navegável, pelo que o valor acrescentado, alicerçado na nossa localização estratégica, e a nossa capacidade de grandes feitos, tem vindo a contribuir para que Portugal, seja o país de escala de navios maiores que a Torre Eiffel e cujo número de contentores quando colocados em linha recta, atinge o comprimento de 117 quilómetros, que espelha bem a dimensão destes monstros dos mares, e da capacidade de recepção do Porto de Sines.

Assim como Fernão Magalhães navegou pelo estreito que em 1520 viria a ter o seu nome, hoje a cadeia de transportes terrestres em articulação entre si, contribuem para o desenvolvimento regional, em que o Porto de águas profundas na terra de Vasco da Gama, vem mais uma vez, projectar o nome de Portugal no mundo.  

Américo Lourenço, Sines

Sugerir correcção
Comentar