Cartas à Directora
Campanha eleitoral
Há uma rotunda na minha cidade que poderia concorrer ao título de rainha das rotundas de Portugal. Ela não é em forma de pêra, nem elíptica, é mesmo um círculo, como o do emblema do PS. Tem dois grupos de arcos que me enchem as medidas e me lembram um monumento que havia em Vila Pery,
Mas há sempre um senão. Ela homenageia um rei que alguns querem que se chame poeta e outros rotulam de lavrador. Conquistador é que não. A estátua do rei que hoje não poderia ficar décadas à frente do País, vista de um certo ângulo, lembra um mendigo com um saco às costas... E não será de pão, pois de o dar aos pobres se encarregava a rainha; julgo que terá pinhas, do pinhal que mandou semear.
Então não é que a tal rotunda "monárquica" está cheia de cartazes a convidar a votar num presidente da República?! Ou um que se diz "sério" (os outros não o serão?), ou uma que se propõe "unir os portugueses", depois do cartaz inicial de que gostava mais, porque estava escrito com "carácter". Como se sabe, o "A. Ortográfico" não uniu os portugueses...
Não vi lá nenhum cartaz de Marcelo. Será que ele dá o devido valor a cada euro?
Tenho pena, pois "nem oito, nem oitenta".
Antides Santo, Leiria
A disciplina de voto
A propósito das sanções disciplinares que o PSD quer impor à deputada Paula Teixeira da Cruz por ter quebrado a disciplina partidária em recente votação sobre alterações à lei do aborto, gostaria de lembrar que o artigo 155 da Constituição da República Portuguesa diz que os deputados exercem livremente o seu mandato, pelo que a atitude do PSD é claramente inconstitucional, embora não seja a primeira vez que casos destes acontecem sem que aqueles que juraram fazer cumprir a Constituição mexam sequer um dedo.
Já nos anos 80, o novo partido PRD fazia questão de não ter disciplina partidária (como se a Constituição não bastasse para o garantir). Pouco tempo depois teve de abdicar desse princípio porque a vida parlamentar exigia que em assuntos como votações de Orçamentos, moções de Rejeição, Confiança ou Censura houvesse a tal disciplina de voto.
Se assim é, proponho que o artigo 155 da Constituição seja alterado de modo a retirar o exercício livre do mandato nesses casos e só nesses casos.
Continuar a ter um artigo na Constituição que todos alegremente não cumprem sem que sejam minimamente incomodados é uma situação inaceitável.
Carlos Anjos, Lisboa
O PÚBLICO errou
Na edição de domingo, página 10, no texto “Polónia, democracia, Europa”, lê-se: “As sondagens atribuem aos liberais do Moderno um apoio de 0,9%, contra 27,3 para o PiS.” Deve ler-se: “As sondagens atribuem aos liberais do Moderno um apoio de 30,9%, contra 27,3 para o PiS.” Pela falha, pedimos desculpa aos leitores.