Cartas à Directora
Hungria e Polónia: saudades do totalitarismo?
Ninguém é obrigado a pertencer a um clube ou associação, mas quando alguém pede a sua adesão, deve natural e obrigatoriamente, aceitar e acatar as regras por que eles se regem.
Esta “lapalissiana” observação é válida para pessoas, instituições e países.
Nenhum dos 28 estados-membros que actualmente integram a União Europeia foi obrigado a ela aderir. Solicitaram, através das autoridades com legitimidade democrática para o efeito, as respectivas adesões.
Para além da livre circulação de pessoas, mercadorias e capitais, a defesa intransigente da Liberdade e da Democracia sempre foi e deverá continuar a ser, o atributo chave e mais precioso da sua Idiossincrasia.
Foi para isso que lutaram os seus pais fundadores e foi a sua construção que permitiu à Europa, no seu mais prolongado período de Paz, constituir-se como o espaço planetário mais desenvolvido, mais livre e mais justo.
Não é essa visão da Europa que Victor Órban tem para a Hungria, nem o caminho que tem seguido nos últimos anos.
E a condescendência passiva que as instituições europeias têm tido com Órban deve terminar e não se repetir com Andrzej Duda, o novo presidente polaco!
O martirizado povo polaco, que no século passado foi vítima das atrocidades concertadas dos nazis alemães e dos comunistas soviéticos, dispensa bem novos ditadores.
Caso contrário, terá sido em vão a luta dos trabalhadores e do Povo polaco, guiados por Lech Walesa, contra os esbirros de Jaruzelski, o último presidente que o Kremlin “elegeu” para Varsóvia!
Não!
A Hungria de Órban e a Polónia de Duda, não fazem parte da União Europeia que os povos precisam e desejam!
Helder Pancadas, Sobreda