A saúde no Algarve

Os problemas surgidos recentemente, principalmente com o HD de Faro, remontam a dezenas de anos atrás. Estive, nos finais dos anos 80, como projectista e responsável pelos Serviços de Instalação no Hospital de Faro, para aumentarmos os números de camas, e proporcionar as condições para passar de hospital distrital a central. A neurocirurgia não existia por não ter operadores, e, segundo diziam, não tinham doentes que justificasse a especialidade. Por outro lado, o Algarve tem fluxos sazonais que criam o caos nas urgências. A agravar, era costume famílias deixarem os idosos acamados nos hospitais para passarem as festas onde quisessem. (…) A saúde no Algarve, não se resolve com críticas e acusações, mas com os Hospitais de Faro e Portimão muito bem equipados de pessoal e material, e centros de saúde, tipo mini-hospitais, em VR de S. António, Tavira, Olhão, Loulé, Quarteira, etc., que aliviem as urgências nos Hospitais distritais, pelo menos durante o afluxo de turistas.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

Politicamente, como será 2016?

Haverá sem dúvida maior preocupação pela situação das pessoas, sobretudo as mais desfavorecidas, e também pela ciência, a investigação e a cultura. Mas a herança do passado recente não é de molde a permitir uma resolução rápida da crise. E novos problemas poderão surgir ainda! Quanto às relações com Bruxelas, continuará a tendência das instituições de manterem a linha dura, face ao que se passou com a Grécia. Competirá, pois, ao novo governo enfrentar essa rigidez, aproveitando algum reconhecimento (caso do FMI) de que foram cometidos exageros na austeridade imposta e também porque houve erros graves da troika, por exemplo no controle de todo o nosso sistema financeiro. E, porque a situação da economia o exige, terá o governo que negociar um maior apoio das instituições, com uma revisão profunda do acordo de assistência. Finalmente, perante tais cenários, perfila-se sempre o receio de a esquerda não conseguir conservar a necessária unidade. Falhada esta, ruirão os
sonhos da maioria da população.

António Catita, Lisboa