Elon Musk, a parábola de um “génio”
Se antes o papel de “génio” estava associado ao espaço criativo e científico da “Big Science” ligada ao setor público, ele tem vindo a deslocar-se para o campo do empreendedorismo tecnológico.
A celebração de Elon Musk como “génio visionário” tende a obscurecer as dinâmicas coletivas, as estruturas de poder e os recursos materiais que possibilitaram o seu sucesso. Sem negar o papel de uma certa inteligência, muita ambição e alguma ousadia, o seu verdadeiro talento reside mais na capacidade de compor e mobilizar recursos financeiros, tanto privados como públicos, tirando frequentemente partido de subsídios governamentais e incentivos fiscais para alavancar os projetos das suas empresas high-tech. E nas redes sociais muito se discutiu o facto de parte do capital da família de Elon Musk estar relacionado com atividades de exploração mineira na África do Sul do apartheid, bem como a ideia de que, bem vistas as coisas, Musk não é diretamente responsável por nenhuma “invenção” propriamente dita.
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