Cultura e os equívocos do presente
Afirmar a existência de uma corrupção sistémica e de um tráfico de influências generalizado na cultura é potencialmente uma simplificação, que poderá reforçar algumas formas de demagogia.
Sempre que leio na imprensa clássica, mas também nas redes sociais, uma referência à cultura, coloco a mim mesmo estas questões: de que cultura se fala, quando se usa o substantivo cultura? É referida a cultura das belas-artes e das belas-letras, as práticas culturais das feiras, dos mercados e das romarias, dos espectáculos de televisão realizados em directo defronte das câmaras municipais? É referida a fruição da música e da dança nos bares e discotecas espalhados por todo o país? Ou considera-se a rede de bibliotecas públicas, a rede de arquivos nacionais e municipais, ou a rede de museus e de teatros também eles nacionais e municipais?
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